"Nossas premissas financeiras são inegociáveis", diz Rui Costa sobre política de reforços

Se Felipão mostrou certa insatisfação ao falar da situação financeira do Grêmio após o empate em 0 a 0 com o Juventude, dizendo que é chegado o momento de o clube contratar — e usar parte do dinheiro já economizado para isso —, a direção tricolor segue com o mesmo conceito de austeridade.

Apesar de evitar qualquer tipo de confronto com as opiniões do treinador, o diretor de futebol Rui Costa garantiu que o clube não vai mudar sua postura e nem vai abandonar as premissas financeiras, "inegociáveis".

Busca por reforços
"O Felipe disse que espera as contratações porque sabe do trabalho que está sendo feito. Não foi uma cobrança, foi praticamente uma cronologia das negociações. Ele acompanha o trabalho, sabe o perfil que queremos trazer e os mercados que estamos trabalhando. Porque o Grêmio não tem muitas possibilidades. Nós não temos uma capacidade de investimento que nos permita buscar 19, 15 ou 10 jogadores. O mercado está mudado e o Grêmio também mudou. Isso nos impõe criatividade. Vamos contratar, mas respeitadas sempre as nossas premissas financeiras, inegociáveis."

Sobre o jogo e a necessidade de contratações
"A coisa mais positiva foi a volta do Giuliano, mas ainda tem o Ramiro, o Geromel e outros atletas para voltar. Hoje nós vimos o time não desenvolver bem, não ter o desempenho que todos desejavam, e mesmo assim o torcedor nos apoiou. Isso significa que ele está comprando o projeto — mas torcedor é passional. Vai chegar o momento em que ele vai nos cobrar de uma forma mais efetiva. Mas isso é do torcedor: os profissionais têm que acreditar neste grupo. E quando falo em contratações, não estou relativizando a qualidade do grupo. Não vamos contratar porque nós não confiamos nos jogadores."

Temor de saída de Felipão
"Felipão está inserido nisso, pois ele sabia que teria de enfrentar as dificuldades. Está imbuído neste projeto. Talvez fosse até favorável a ele estar em outra equipe, com mais possibilidade financeira, mas não acredito que ele não fique."

Presença de Fábio Koff
"O doutor Koff está trabalhando diariamente comigo, com o presidente Romildo e com o Felipe. É muito presente: hoje mesmo analisamos vídeos e questões táticas de atletas que estamos buscando. Ele está plenamente voltado e focado para que possamos anunciar um jogador nesta semana. Mas este anúncio tem que ser precedido de vários quesitos."

Sobre a situação financeira tricolor
"Isso foge do meu departamento. Nós estamos fazendo nossa parte, e podemos fazer mais ainda, pois já reduzimos custos e investimentos. Mas o clube como um todo está se realinhando: contratou um profissional que está gerindo com toda tranquilidade essa situação. No que cabe a mim, avançamos bastante. Cortamos na carne, liberando jogadores importantes, porque era uma necessidade de sustentabilidade. Agora, não podemos trocar seis por meia dúzia. Não temos como trazer seis ou sete jogadores com salários altíssimos para o ataque, por exemplo."

Reforços na América do Sul
"Este é um mercado que o Grêmio sempre trabalhou, e ousaria dizer que foi até pioneiro. O Grêmio foi um dos artífices para a mudança que permitiu cinco estrangeiros em campo. Nós sabíamos o que todos os brasileiros agora sabem: é um mercado acessível, com bons jogadores, de bom nível técnico e que não se tornam impossíveis de ser contratados. Mas isso já dificultou: hoje, um argentino ou uruguaio, quando é pretendido, tem pedidas de salários mais caros."

Não há crise
"O Grêmio não vive uma crise. Vive um momento delicado como instituição, o que faz com que atitudes sejam tomadas. Prefiro falar em mudança e retomada de caminhos do que crise. O Grêmio é muito grande. Posso te dizer que o Grêmio vai enfrentar este momento difícil com a grandeza que tem."

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