Até a tarde da última quarta-feira, Pedro Rocha sequer sonhava que viveria, horas mais tarde, uma noite inesquecível no Vermelhão da Serra, ao marcar o primeiro gol pelo Grêmio, na estreia pela equipe titular (veja no vídeo acima). Atento ao noticiário esportivo gaúcho, acreditava que Lucas Coelho formaria dupla com Everaldo no ataque gremista. Ledo engano. Fora tomado de surpresa ao ouvir da boca de Luiz Felipe Scolari que iniciaria a partida diante do Passo Fundo, durante a preleção, ainda no hotel da concentração. Veio então a confiança. O garoto de 20 anos sabia que estava preparado. E não decepcionou.
Entrou em campo trajando a mística camisa 7 gremista, vestida por Renato Gaúcho no título Mundial de 1983. Bem que poderia ser a nove de Ronaldo. Não lhe cairia mal. O Fenômeno é quem o norteia como fonte de inspiração, desde que iniciou no futebol de forma prematura, logo aos quatro anos de idade na escolinha do Atlético-MG, em sua cidade natal, Vitória, no Espírito Santo. Não sem antes muito empenho e insistência, marca de sua carreira ainda incipiente, junto ao pai “coruja”, Gessé Neves.
- São 16 anos na luta para ser jogador. Ele começou com quatro anos e sempre foi diferenciado. Na época, a escolinha não tinha a categoria dele. Foram uns seis meses com ele me insistindo, até que eu levei ele lá. Ele foi tão bem, que o professor antecipou a criação da categoria para ele. Sempre foi destaque até nas categorias acima da dele - revela o pai ao GloboEsporte.com. - O ídolo dele é o Ronaldo Fenômeno. Sempre foi. Até tem características parecidas, de velocidade, drible e chute.
O gol diante do Passo Fundo era só o primeiro passo de uma semana abarrotada de acontecimentos importantes na carreira. Na quinta, Pedro concedeu sua primeira entrevista coletiva como atleta profissional do Grêmio. Na sexta, se mudou para o novo apartamento, onde mora com o pai, no bairro Humaitá, próximo à Arena. Sempre de olho no futuro. Almeja se manter na equipe que recebe o Juventude, às 20h30 da próxima segunda-feira, pela 7ª rodada do Gauchão, para poder encarar seu primeiro Gre-Nal. Clássico que irrompe como "divisor de águas" de sua carreira.
- Eu trabalho com o Pedro há três anos. É muito diferenciado por saber chutar com os dois pés. É inteligente dentro de campo e bom de trabalho. Não reclama de nada. Está sempre buscando a perfeição e tem a cabeça muito boa. Ele sabe que o Gre-Nal vai ser um divisor de águas para ele. E está muito motivado - explica o empresário Hamilton Bernard, responsável por agenciar a carreira do garoto.
- Com certeza é o jogo pra ele se consagrar. Seguindo contra o Juventude, ele vai chegar ao Gre-Nal soltinho - aposta Gessé.
Inspirado em Ronaldo para superar as dificuldades
A inspiração no eterno artilheiro do Penta já rendeu comparações com o ídolo. Ao estrear pelo profissional do Juventus, seu antigo clube, em 2013, Pedro Rocha saiu do banco para marcar dois gols e dar o passe para o terceiro na vitória por 2 a 1 sobre o Santo André, na Série A2 do campeonato Paulista. No dia seguinte, viu o título "Jovem do Juventus desequilibra e lembra Ronaldo” estampar um jornal local. O primeiro fruto que o talento lhe rendeu, para coroar uma trajetória de muita persistência até começar a vingar pelo Grêmio.
Destaque entre os garotos de sua idade nos campeonatos locais em Vitória, Pedro despertou o interesse do São Paulo quando tinha 10 anos. Sem poder se alojar nas dependências do Tricolor paulista pela pouca idade, firmou uma espécie de vínculo até os 13 anos, quando se mudaria ao Centro de Formação de Atletas de Cotia. Chegou a se transferir ao novo clube, mas não acertou a permanência.
Retornaria ao estado natal para enfrentar uma crise financeira vivida por sua família, de origem humilde. Gessé e a esposa, Rosineide Rocha, chegaram a pedir empréstimos para poder ver o menino atuar nos campeonatos locais, nos clubes que percorreu na cidade. Esforço que valia à pena. Pedro sempre voltava com dois troféus para casa: o de artilheiro e o de melhor jogador das competições. Tinha ainda cada feito documentado pelo pai, que tomou nota de todos os jogos e dos 301 gols que marcou entre 2002 e 2008.
- Tudo foi difícil para a gente. O pessoal diz que ele nasceu virado para a lua, mas ele já tomou muito não. Quando ele saiu do São Paulo, passamos por uma barreira danada. Perdemos um imóvel devido a nossa situação financeira, tivemos de nos mudar, e eu que trabalho por conta própria tinha dificuldade para focar nos negócios. Nossa renda caiu, mas nunca perdi o foco nele. Sabia que queria ser jogador e que ele seria. Passamos por muitos momentos turbulentos. Se fosse outro, desistiria. Mas seguimos nossos princípios e estamos aí - relembra Gessé.
Do Diadema ao treino que encantou Felipão
O esforço do garoto não tardaria a ser justificado. Pedro despertou o interesse do Diadema em 2012, onde remanesceria até ser emprestado ao Juventus, em 2013. Na rua Javari, iniciou no ostracismo do banco de reservas, mas logo conquistou seu espaço com arrancadas, objetividade e gols - foi artilheiro da equipe na Copa Paulista. Bastou uma partida sob os olhares atentos do ex-coordenador da base do Grêmio Júnior Chávare para selar a ida rumo a Porto Alegre por empréstimo até o fim de 2014.
O atacante chegou ao Tricolor no começo do ano passado, mas tardou a se adaptar ao clube. Apagado no primeiro semestre, ainda conviveu com uma lesão que o deixou dois meses fora. Quando voltou, em setembro, repetiu o bom desempenho e os gols.
- Quando cheguei ao Grêmio, o Pedro não estava bem tecnicamente. Acabou se lesionando no meio do ano e, quando voltou, enfim engrenou. Ele faz a função de centroavante com muita mobilidade, boa finalização, técnica e velocidade. Ele tem muita facilidade em fazer gols. Aí, começou a se destacar na Copa Sul-Fronteira e na Supercopa Gaúcha. Foi nosso artilheiro no Brasileirão Sub-20, com quatro gols em cinco jogos, e começou a atrair a atenção da comissão técnica profissional - revela ao GloboEsporte.com o ex-treinador da equipe sub-20 do Grêmio Raúl Cabral, hoje auxiliar no Avaí.
Dos gols na base ao primeiro como profissional. Em menos de três meses, quando despontou no Brasileiro Sub-20, Pedro enfim deslanchou ao figurar em duas partidas pelo Gauchão, contra Veranópolis e Passo Fundo. E tudo graças a um treino em que encantou Felipão e os demais integrantes da comissão técnica pela objetividade e pelo faro para balançar as redes.
- Em novembro, dezembro, nos últimos dois meses na base, ele foi sempre titular. Sempre fez gols importantes. Um dia participamos de um coletivo contra a equipe principal e ele chamou a atenção da comissão técnica e de Felipão - recorda Cabral.
Cobiçado por outros clubes, como o Cruzeiro, Pedro Rocha teve 70% de seus direitos econômicos adquiridos pelo Grêmio no começo de 2015. Seu vínculo com o clube vai até o final de 2017.
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Entrou em campo trajando a mística camisa 7 gremista, vestida por Renato Gaúcho no título Mundial de 1983. Bem que poderia ser a nove de Ronaldo. Não lhe cairia mal. O Fenômeno é quem o norteia como fonte de inspiração, desde que iniciou no futebol de forma prematura, logo aos quatro anos de idade na escolinha do Atlético-MG, em sua cidade natal, Vitória, no Espírito Santo. Não sem antes muito empenho e insistência, marca de sua carreira ainda incipiente, junto ao pai “coruja”, Gessé Neves.
- São 16 anos na luta para ser jogador. Ele começou com quatro anos e sempre foi diferenciado. Na época, a escolinha não tinha a categoria dele. Foram uns seis meses com ele me insistindo, até que eu levei ele lá. Ele foi tão bem, que o professor antecipou a criação da categoria para ele. Sempre foi destaque até nas categorias acima da dele - revela o pai ao GloboEsporte.com. - O ídolo dele é o Ronaldo Fenômeno. Sempre foi. Até tem características parecidas, de velocidade, drible e chute.
O gol diante do Passo Fundo era só o primeiro passo de uma semana abarrotada de acontecimentos importantes na carreira. Na quinta, Pedro concedeu sua primeira entrevista coletiva como atleta profissional do Grêmio. Na sexta, se mudou para o novo apartamento, onde mora com o pai, no bairro Humaitá, próximo à Arena. Sempre de olho no futuro. Almeja se manter na equipe que recebe o Juventude, às 20h30 da próxima segunda-feira, pela 7ª rodada do Gauchão, para poder encarar seu primeiro Gre-Nal. Clássico que irrompe como "divisor de águas" de sua carreira.
- Eu trabalho com o Pedro há três anos. É muito diferenciado por saber chutar com os dois pés. É inteligente dentro de campo e bom de trabalho. Não reclama de nada. Está sempre buscando a perfeição e tem a cabeça muito boa. Ele sabe que o Gre-Nal vai ser um divisor de águas para ele. E está muito motivado - explica o empresário Hamilton Bernard, responsável por agenciar a carreira do garoto.
- Com certeza é o jogo pra ele se consagrar. Seguindo contra o Juventude, ele vai chegar ao Gre-Nal soltinho - aposta Gessé.
Inspirado em Ronaldo para superar as dificuldades
A inspiração no eterno artilheiro do Penta já rendeu comparações com o ídolo. Ao estrear pelo profissional do Juventus, seu antigo clube, em 2013, Pedro Rocha saiu do banco para marcar dois gols e dar o passe para o terceiro na vitória por 2 a 1 sobre o Santo André, na Série A2 do campeonato Paulista. No dia seguinte, viu o título "Jovem do Juventus desequilibra e lembra Ronaldo” estampar um jornal local. O primeiro fruto que o talento lhe rendeu, para coroar uma trajetória de muita persistência até começar a vingar pelo Grêmio.
Destaque entre os garotos de sua idade nos campeonatos locais em Vitória, Pedro despertou o interesse do São Paulo quando tinha 10 anos. Sem poder se alojar nas dependências do Tricolor paulista pela pouca idade, firmou uma espécie de vínculo até os 13 anos, quando se mudaria ao Centro de Formação de Atletas de Cotia. Chegou a se transferir ao novo clube, mas não acertou a permanência.
Retornaria ao estado natal para enfrentar uma crise financeira vivida por sua família, de origem humilde. Gessé e a esposa, Rosineide Rocha, chegaram a pedir empréstimos para poder ver o menino atuar nos campeonatos locais, nos clubes que percorreu na cidade. Esforço que valia à pena. Pedro sempre voltava com dois troféus para casa: o de artilheiro e o de melhor jogador das competições. Tinha ainda cada feito documentado pelo pai, que tomou nota de todos os jogos e dos 301 gols que marcou entre 2002 e 2008.
- Tudo foi difícil para a gente. O pessoal diz que ele nasceu virado para a lua, mas ele já tomou muito não. Quando ele saiu do São Paulo, passamos por uma barreira danada. Perdemos um imóvel devido a nossa situação financeira, tivemos de nos mudar, e eu que trabalho por conta própria tinha dificuldade para focar nos negócios. Nossa renda caiu, mas nunca perdi o foco nele. Sabia que queria ser jogador e que ele seria. Passamos por muitos momentos turbulentos. Se fosse outro, desistiria. Mas seguimos nossos princípios e estamos aí - relembra Gessé.
Do Diadema ao treino que encantou Felipão
O esforço do garoto não tardaria a ser justificado. Pedro despertou o interesse do Diadema em 2012, onde remanesceria até ser emprestado ao Juventus, em 2013. Na rua Javari, iniciou no ostracismo do banco de reservas, mas logo conquistou seu espaço com arrancadas, objetividade e gols - foi artilheiro da equipe na Copa Paulista. Bastou uma partida sob os olhares atentos do ex-coordenador da base do Grêmio Júnior Chávare para selar a ida rumo a Porto Alegre por empréstimo até o fim de 2014.
O atacante chegou ao Tricolor no começo do ano passado, mas tardou a se adaptar ao clube. Apagado no primeiro semestre, ainda conviveu com uma lesão que o deixou dois meses fora. Quando voltou, em setembro, repetiu o bom desempenho e os gols.
- Quando cheguei ao Grêmio, o Pedro não estava bem tecnicamente. Acabou se lesionando no meio do ano e, quando voltou, enfim engrenou. Ele faz a função de centroavante com muita mobilidade, boa finalização, técnica e velocidade. Ele tem muita facilidade em fazer gols. Aí, começou a se destacar na Copa Sul-Fronteira e na Supercopa Gaúcha. Foi nosso artilheiro no Brasileirão Sub-20, com quatro gols em cinco jogos, e começou a atrair a atenção da comissão técnica profissional - revela ao GloboEsporte.com o ex-treinador da equipe sub-20 do Grêmio Raúl Cabral, hoje auxiliar no Avaí.
Dos gols na base ao primeiro como profissional. Em menos de três meses, quando despontou no Brasileiro Sub-20, Pedro enfim deslanchou ao figurar em duas partidas pelo Gauchão, contra Veranópolis e Passo Fundo. E tudo graças a um treino em que encantou Felipão e os demais integrantes da comissão técnica pela objetividade e pelo faro para balançar as redes.
- Em novembro, dezembro, nos últimos dois meses na base, ele foi sempre titular. Sempre fez gols importantes. Um dia participamos de um coletivo contra a equipe principal e ele chamou a atenção da comissão técnica e de Felipão - recorda Cabral.
Cobiçado por outros clubes, como o Cruzeiro, Pedro Rocha teve 70% de seus direitos econômicos adquiridos pelo Grêmio no começo de 2015. Seu vínculo com o clube vai até o final de 2017.
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