Sem artilheiros, Grêmio terá alívio de R$ 1 milhão, mas se "obriga" a reforçar

A cruzada do Grêmio para reduzir os custos no futebol surtem duplo efeito. Algumas vendas conseguem reduzir consideravelmente a folha salarial dos jogadores, mas, ao mesmo tempo, podem gerar problemas no nível técnico da equipe de Felipão. Em uma semana, a direção deverá perder a dupla de ataque que antes era motivo de orgulho da torcida. A economia é animador, porém também praticamente obriga o Tricolor a se reforçar.

Após Barcos ser vendido para a China, foi a vez de Moreno se tornar alvo de cobiça do mesmo Changchun Yatai. O Grêmio aguarda a proposta formal, mas já discute valores com as partes envolvidas desde sábado. Assim como o argentino, o boliviano tem alto salário e contrato só até o fim do ano, o que inviabilizaria lucro nos próximos meses e tornaria quase que automática uma negociação neste momento.

Sem Barcos e Moreno, a economia na folha salarial passa de R$ 1 milhão por mês. O que ainda não alivia o problema, o que só ocorrera com as saídas dos "negociáveis" Kleber, Edinho e Adriano, que atualmente treinam separadamente. Por falar na trupe, um eventual retorno de Gladiador ao elenco principal está completamente descartado, mesmo com menos opções.

O dilema começa ao se olhar para o grupo. Sobram para o ataque apenas jovens. O mais velho é o centroavante Everaldo, 23 anos, que começou como titular na vitória sobre o Avenida, no domingo, com atuação esforçada, porém discreta. Além dele, há Lucas Coelho e os velocistas Everton e Paulinho. Luan também pode ser testado como uma espécie de "ponta de lança", nas palavras do próprio Felipão.

Ao final do confronto em Santa Cruz do Sul, que só fora resolvido após a entrada de Marcelo Moreno, autor de um gol no final, Scolari deixou claro que precisa de dois reforços para o ataque, caso o boliviano realmente deixe o clube. A direção não confirma a busca imediata por contratações, mas sabe que o nível mais alto do Brasileirão exigirá maior qualidade na frente.

O trunfo do Grêmio é encontrar atacantes de uma faixa salarial inferior à de Barcos (R$ 750 mil mensais) e Moreno (R$ 350). Ou seja, mira jogador com salários em torno de R$ 150 mil e R$ 200 mil. Recentemente, o nome de Dagoberto surgiu no mercado, uma vez que o atleta não está nos planos do Cruzeiro. Para tanto, o jogador precisaria reduzir e muito os seus atuais vencimentos, na casa dos R$ 400 mil.

- O clube tem uma capacidade de investimento muito reduzida neste momento. Temos que vender atletas, essa é a receita extraordinária para equilibrar o clube. Mas o Grêmio não está fora do mercado. Tanto que trouxe jogadores, como o Marcelo Oliveira, que fez uma grande partida hoje (domingo). O Grêmio trabalha com as indicações do Felipe e com sua pesquisa de mercado. Continuamos atentos ao mercado. Garanto ao torcedor que o Grêmio vai trabalhar para ter um time competitivo - disse Rui Costa, após a partida no Interior.

Felipão afirmou ter elaborado uma lista de nomes para Rui Costa. E deu o recado:
- Temos um bom tempo para fazer uma ou duas contratações pontuais. No Gauchão, podemos começar com jovens, mas em outras competições não dá.

A política gremista até o momento foi de enxugar a folha salarial em até 40% - ou cerca de R$ 3,5 milhões no primeiro semestre. Muito por isso, a ideia inicial era de não manter Barcos e Moreno juntos. Como as propostas não chegaram até a pré-temporada, a dupla foi colocada em campo e passou a empolgar torcida e direção, que valorizavam o fato de que, juntos, boliviano e argentino haviam anotado 29 gols no último brasileiro, por Cruzeiro e Grêmio, respectivamente.

Sem contar Moreno e atletas que foram embora sem figurar no elenco principal, foram 12 jogadores liberados após o Brasileirão: Pará, Bressan, Saimon, Werley, Zé Roberto, Breno, Riveros, Fernandinho, Dudu, Alan Ruiz , Maxi Rodríguez e Barcos. Do outro lado do guichê, chegaram Erazo, Marcelo Oliveira, Galhardo e Douglas.

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