Zagueiro na Batalha dos Aflitos quer ser coadjuvante no Gauchão 2015

Aos 35 anos Pereira quer ser coadjuvante no Campeonato Gaúcho pelo Juventude


Fonte: Ge

Zagueiro na Batalha dos Aflitos quer ser coadjuvante no Gauchão 2015
Pereira busca reescrever seu desfecho no Gauchão pelo Juventude (Foto: Arthur Dallegrave/Divulgação Juventude)

A derrota para o Juventude nas quartas de final do Gauchão de 2008, em sua última temporada pelo Grêmio, ainda povoa a memória do zagueiro Pereira, um dos sete heróis gremistas a remanescer em campo diante do Náutico, na Batalha dos Aflitos, pela Série B, em 2005.

Bicampeão do Campeonato Gaúcho com o Tricolor, em 2006 e 2007, o defensor de 35 anos não se mostrou satisfeito em ver sua despedida da competição ser marcada por um tropeço tão doloroso. Quer dar a volta por cima e deixar uma última marca positiva no torneio. Por uma das tantas ironias pregadas pelo futebol, retorna ao Rio Grande do Sul pelo mesmo Juventude, seu algoz oito anos atrás, para disputar o Gauchão 2015.

Em fase final de recuperação de uma tendinite no glúteo, decorrente da intensidade de treinamentos na pré-temporada, Pereira iniciou os trabalhos com bola, na última semana, tomado de ambições e de modéstia. Mais experiente após passar por Coritiba e Sport, clube que defendeu em 2014, abre mão de ser protagonista para ser um coadjuvante na equipe do técnico Picoli, em seu recomeço no sul do estado. Não importa o cargo, desde que ajude a devolver o Juventude a um patamar digno de sua história nas Séries A e B.

- Meu objetivo é estar jogando e ajudar mais o Juventude. Hoje, não tenho mais aquele desejo de ser protagonista. Venho para ser coadjuvante, mas a vontade de vencer é a mesma. Se não, não viria. Só quero fazer um bom Gauchão e, depois, tentar colocar o Juventude na Série B. A gente sabe que tudo o que o Juventude já viveu nas décadas passadas. É um clube de tradição, que tem peso na camisa. Isso pesou muito para voltar ao Rio Grande do Sul, um estado pelo qual tenho muito carinho - destaca o zagueiro, ao GloboEsporte.com.

A posição secundária se perde, porém, diante da carreira longínqua no futebol, com passagens por grandes clbues como Santos, Vasco e Portuguesa. Aos 35 anos, o defensor surge como um líder no vestiário do Juventude e procura passar alguns macetes aos jogadores mais jovens. Em especial, diante do Campeonato Gaúcho, tradicional por suas entradas duras e disputas ferrenhas dentro de campo. Estilo que sempre encantou Pereira e foi um “peso” a mais ao decidir seu retorno ao Sul.

- É quase uma guerra. Foi por isso que optei pelo Gauchão. Sou jogador de garra, que me entrego, mesmo. Consigo me dar bem nessas características. Onde visto a camisa, procuro abraçar o clube. Meter a cara, mesmo. A gente tem um grupo forte. Sabemos que, hoje, precisamos igualar as condições na força, na pegada. Então, estamos treinando forte - analisa o zagueiro.

Torcida dividida em casa pelo Grêmio

Tanto “meteu a cara” pelo Grêmio, em seus idos tempos de Estádio Olímpico, entre 2005 e 2008, que Pereira conquistou a torcida gremista. Se transformou em “Pereirão”, após restar em campore na confusão que transformou o acesso time à Série B na famosa Batalha dos Aflitos. Afoito a confusões, manteve a cabeça no lugar para ingressar na história do Tricolor.


Pereira conversa com Djalma Beltrami na Batalha dos Aflitos (Foto: Reprodução)

- Eu me mantive um pouco mais tranquilo. Mantive a cabeça boa, na verdade, nunca me meti em confusão. Mas é um jogo diferente para todos que estiveram envolvidos. Só nós que estávamos ali sabemos o que realmente aconteceu. Saiu livro. As pessoas tentaram explicar, mas é uma experiência única. Faltava um pouco de técnica para o nosso clube, mas formamos uma família. Existia algo a mais. É algo inesquecível - relembra.

O carinho pelo Grêmio e pela torcida é recíproco e contagiou até mesmo o filho, Gabriel, de 13 anos, gremista fanático. Leva ainda a uma situação curiosa dentro de casa: o pequeno ainda não decidiu para quem irá torcer no confronto entre Juventude e Tricolor, em 23 de fevereiro, às 20h30, pela 7ª rodada do Gauchão. Enquanto aguarda a definição, o zagueirão não esconde a ansiedade de, enfim, conhecer a Arena, novo estádio do clube.

- Nem falei com ele sobre isso. Ele torce até hoje para o Grêmio. Vai decidir mas, pô, tem que torcer para o pai, né? - se diverte Pereira - Vai ser um misto de sentimentos. A gente sabe que na vida é assim, mas estou no Juventude, vou procurar fazer o máximo. A gente procura não misturar os sentimentos, mas vai ser da forma que sempre foi. Tenho um carinho muito grande pelo Grêmio, e a torcida demonstra um carinho muito grande por mim. É diferente, eles respeitam sempre.

Sem planos para o futuro

Pereira firmou vínculo com o Juventude até o final do ano sem fazer planos futuros. Não projeta destaque para se recolocar no mercado, nem mesmo uma permanência mais longeva em Caxias do Sul. Deixa a decisão para o futuro e a condiciona à sua motivação ao término da temporada.

- Vai muito da cabeça. Eu faço projetos de médio e curto prazo. Vamos ver como eu vou me sentir, principalmente da cabeça. O jogador mais velho tem um certo preconceito, mas a única diferença pros mais novos é o tempo de recuperação. Demora mais. Se souber respeitar esse período, você joga normalmente. Mas tem que ver como está a motivação. O importante é que agora, eu estou muito motivado - ressalta.


Zagueiro se recuperou de tendinite no glúteo antes do início do Gauchão (Foto: Arthur Dallegrave/Divulgação Juventude)

Em meio à incerteza, Pereira vislumbra claramente uma definição. Quer desfrutar de todos os momentos pelo Juventude. Afinal, sabe que o fim da carreira já se avizinha e que o futebol deixará saudades.

- Você valoriza cada treino, cada preleção, cada conversa. Faz cada treinamento como se fosse o último. Até o que antes era chato, hoje não se torna tão chato. Você vai vendo que está chegando perto do fim. Daqui a pouco, você um garoto reclamando de uma atividade, de uma viagem.. Você puxa ele para conversar separado e explica. Puxa, se eles soubessem o prazer que é estar ali, fazendo o que gosta, jogando futebol -pondera.



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