Rui Costa abraça Zé Roberto e Pará após goleada em Gre-Nal (Foto: Diego Guichard)
A goleada histórica aplicada pelo Grêmio sobre o Inter neste domingo começou muito antes. Em vários locais e espaços de tempo. É só escolher o motivo. Poderia ter se iniciado no ressentimento de dirigentes que acumulavam fracassos em clássicos. Ou na raiva de jogadores recém-chegados que incorporaram a dor dos demais. Ou ainda na sexta-feira, na preocupação que deixou Felipão insone até a bola rolar. Há uma certeza: todos esses fatores foram, cada um a seu modo, fundamentais para uma vitória com sabor de virada. Da tabela à história.
O GloboEsporte.com elenca alguns dos episódios marcantes nessa trajetória: as mudanças táticas após treinos "horríveis", o clima de mistério, a emoção de Fábio Koff. O resultado que alçou o Grêmio a terceiro lugar, sacou o Inter do G-4 e encerrou um jejum em clássicos de nove anos também pode ser recontado a partir de Felipão. Quatro meses após a tragédia na Copa, do inesquecível, 7 a 1, o treinador teria um Gre-Nal justamente no dia em que completaria 66 anos.
A ideia inicial era começar esse jogo especial com dois volantes e dois meias, entre eles Alan Ruiz. O treino de sexta-feira, no entanto, tirou-lhe todas as certezas. O treinador confidenciou que praticamente não dormira desde então. Resolveu atuar com três volantes e deixar o argentino no banco. Tudo decidido após uma reunião na noite de sábado com jogadores na concentração.
- A escalação foi concluída na véspera do jogo, após péssimo treino, horrível. Aí comecei a raciocinar como o Inter iria jogar. Se a gente ia jogar com três jogadores no ataque, mais o Barcos, se não correríamos muitos riscos. Colocamos isso no sábado à noite e houve uma intervenção muito boa deles, até de quem não ia jogar - explicou.
A dimensão da vitória pode ser resumida na comparação de Felipão. Mesmo com duas Libertadores e uma Copa do Mundo no currículo, viu o triunfo de 4 a 1 no clube do coração em seu aniversário como o "ápice":
- Foi o ápice, a coroação de uma carreira, que eu nunca achei que ia acontecer, vencer um Gre-Nal pelo Grêmio, o time do meu coração, no meu aniversário, e ainda por 4 a 1. Eu devolvo ao Grêmio a possibilidade de eles acreditarem no trabalho que está sendo feito.
Fellipe Bastos rege torcida após vitória na Arena (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Por falar em intervenção, um dos jogadores mais “pilhados” na partida era Fellipe Bastos. O volante havia sido um dos mais inconformados na derrota de 10 de agosto, no primeiro turno, no Beira-Rio. Canalizou toda essa “raiva” de maneira positiva. E admitiu que se sacrificou para que D'Alessandro, o maior artilheiro em clássicos dos anos 2000, com oito gols, não conseguisse encontrar espaço.
- Eu me preparei muito para esse Gre-Nal, para entrar até com raiva em campo, mas tentando levar isso para o lado bom, sem expulsão ou algo assim. Entrei muito focado em ser esse cara no meio-campo, de marcar muito, de não deixar o D'Alessandro jogar. E deu certo - comemorou após o jogo.
Fellipe Bastos pilhado (Foto: Diego Guichard)
A alegria de Fellipe Bastos ia além dos microfones. Sem camisa, após o duelo, tratou de ir até a torcida e reger a festa, com braços chacoalhando, quase como uma estrela de rock. Estrela recuperada por Fábio Koff. Dirigente mais vitorioso da história do clube e que, ao final do ano, se despedirá da presidência, ainda não havia vencido Gre-Nais. Pior: levara 4 a 1 na final do Gauchão. Encerrar sua gestão devolvendo o placar virou questão de honra.
Uma causa abraçada por todos. O diretor executivo Rui Costa também não tinha vitórias em clássicos. Também invadiu o campo e abraçou Zé Roberto e Pará. Sabor de título. E de emoção a Koff, recepcionado no vestiário com salva de palmas. Homenagear o mandatário de 83 anos também se tornou forma de combustível aos atletas. Gesto que emocionou o dirigente, que, na gestão do presidente eleito Romidlo Bolzan, será vice-presidente de futebol.
- Confesso para vocês. Eu sempre pensei, não vou para casa tranquilo se não devolver no resultado tão acachapante quanto os 4 a 1. Me incomodava, me deixava muito mal, muito desconfortável. Mas isso aumentou o desejo de devolver. Nós suportamos as críticas, com trabalho e dedicação. A semana Gre-Nal era uma semana diferente, já havia mobilização na segunda-feira por parte do departamento de futebol. Tenho como prêmio aqueles que acreditam na história do Grêmio. Aqueles que acreditam na camiseta do Grêmio, é meio mística. No vestiário, me comovi. Os atletas em coro dedicaram a vitória a mim. Só recebo a homenagem porque é meu último como Gre-Nal na minha passagem como presidente do Grêmio - explicou.
- Fico feliz de ter ganho por 4 a 1 porque era o último jogo do Dr. Fábio e poderia devolver o 4 a 1 que recebeu. Pode ficar tranquilo, Dr. Koff, fizemos a nossa parte - reforçou Felipão, amigo pessoal de Koff.
O Grêmio agora tenta se manter no G-4. No próximo sábado, visita o Criciúma, em Santa Catarina. Motivado, emocionado, vingado. De alma lavada por um Gre-Nal que começou a ser vencido muito antes do domingo. E que talvez surta efeitos sem data para terminar.
Felipão na saída da Arena após vitória no Gre-Nal (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
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A goleada histórica aplicada pelo Grêmio sobre o Inter neste domingo começou muito antes. Em vários locais e espaços de tempo. É só escolher o motivo. Poderia ter se iniciado no ressentimento de dirigentes que acumulavam fracassos em clássicos. Ou na raiva de jogadores recém-chegados que incorporaram a dor dos demais. Ou ainda na sexta-feira, na preocupação que deixou Felipão insone até a bola rolar. Há uma certeza: todos esses fatores foram, cada um a seu modo, fundamentais para uma vitória com sabor de virada. Da tabela à história.
O GloboEsporte.com elenca alguns dos episódios marcantes nessa trajetória: as mudanças táticas após treinos "horríveis", o clima de mistério, a emoção de Fábio Koff. O resultado que alçou o Grêmio a terceiro lugar, sacou o Inter do G-4 e encerrou um jejum em clássicos de nove anos também pode ser recontado a partir de Felipão. Quatro meses após a tragédia na Copa, do inesquecível, 7 a 1, o treinador teria um Gre-Nal justamente no dia em que completaria 66 anos.
A ideia inicial era começar esse jogo especial com dois volantes e dois meias, entre eles Alan Ruiz. O treino de sexta-feira, no entanto, tirou-lhe todas as certezas. O treinador confidenciou que praticamente não dormira desde então. Resolveu atuar com três volantes e deixar o argentino no banco. Tudo decidido após uma reunião na noite de sábado com jogadores na concentração.
- A escalação foi concluída na véspera do jogo, após péssimo treino, horrível. Aí comecei a raciocinar como o Inter iria jogar. Se a gente ia jogar com três jogadores no ataque, mais o Barcos, se não correríamos muitos riscos. Colocamos isso no sábado à noite e houve uma intervenção muito boa deles, até de quem não ia jogar - explicou.
A dimensão da vitória pode ser resumida na comparação de Felipão. Mesmo com duas Libertadores e uma Copa do Mundo no currículo, viu o triunfo de 4 a 1 no clube do coração em seu aniversário como o "ápice":
- Foi o ápice, a coroação de uma carreira, que eu nunca achei que ia acontecer, vencer um Gre-Nal pelo Grêmio, o time do meu coração, no meu aniversário, e ainda por 4 a 1. Eu devolvo ao Grêmio a possibilidade de eles acreditarem no trabalho que está sendo feito.
Fellipe Bastos rege torcida após vitória na Arena (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Por falar em intervenção, um dos jogadores mais “pilhados” na partida era Fellipe Bastos. O volante havia sido um dos mais inconformados na derrota de 10 de agosto, no primeiro turno, no Beira-Rio. Canalizou toda essa “raiva” de maneira positiva. E admitiu que se sacrificou para que D'Alessandro, o maior artilheiro em clássicos dos anos 2000, com oito gols, não conseguisse encontrar espaço.
- Eu me preparei muito para esse Gre-Nal, para entrar até com raiva em campo, mas tentando levar isso para o lado bom, sem expulsão ou algo assim. Entrei muito focado em ser esse cara no meio-campo, de marcar muito, de não deixar o D'Alessandro jogar. E deu certo - comemorou após o jogo.
Fellipe Bastos pilhado (Foto: Diego Guichard)
A alegria de Fellipe Bastos ia além dos microfones. Sem camisa, após o duelo, tratou de ir até a torcida e reger a festa, com braços chacoalhando, quase como uma estrela de rock. Estrela recuperada por Fábio Koff. Dirigente mais vitorioso da história do clube e que, ao final do ano, se despedirá da presidência, ainda não havia vencido Gre-Nais. Pior: levara 4 a 1 na final do Gauchão. Encerrar sua gestão devolvendo o placar virou questão de honra.
Uma causa abraçada por todos. O diretor executivo Rui Costa também não tinha vitórias em clássicos. Também invadiu o campo e abraçou Zé Roberto e Pará. Sabor de título. E de emoção a Koff, recepcionado no vestiário com salva de palmas. Homenagear o mandatário de 83 anos também se tornou forma de combustível aos atletas. Gesto que emocionou o dirigente, que, na gestão do presidente eleito Romidlo Bolzan, será vice-presidente de futebol.
- Confesso para vocês. Eu sempre pensei, não vou para casa tranquilo se não devolver no resultado tão acachapante quanto os 4 a 1. Me incomodava, me deixava muito mal, muito desconfortável. Mas isso aumentou o desejo de devolver. Nós suportamos as críticas, com trabalho e dedicação. A semana Gre-Nal era uma semana diferente, já havia mobilização na segunda-feira por parte do departamento de futebol. Tenho como prêmio aqueles que acreditam na história do Grêmio. Aqueles que acreditam na camiseta do Grêmio, é meio mística. No vestiário, me comovi. Os atletas em coro dedicaram a vitória a mim. Só recebo a homenagem porque é meu último como Gre-Nal na minha passagem como presidente do Grêmio - explicou.
- Fico feliz de ter ganho por 4 a 1 porque era o último jogo do Dr. Fábio e poderia devolver o 4 a 1 que recebeu. Pode ficar tranquilo, Dr. Koff, fizemos a nossa parte - reforçou Felipão, amigo pessoal de Koff.
O Grêmio agora tenta se manter no G-4. No próximo sábado, visita o Criciúma, em Santa Catarina. Motivado, emocionado, vingado. De alma lavada por um Gre-Nal que começou a ser vencido muito antes do domingo. E que talvez surta efeitos sem data para terminar.
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