Casamento de Renato com Grêmio funciona no Brasileiro e ganha respaldo da diretoria


Fonte: Globo Esporte

Casamento de Renato com Grêmio funciona no Brasileiro e ganha respaldo da diretoria
Renato e seu auxiliar e braço direito Alexandre Mendes (Foto: Lucas Uebel/Grêmio)
O mata-mata pode parecer a especialidade de Renato Portaluppi, bicampeão da Copa do Brasil como treinador e finalista da Libertadores em 2008. Mas o técnico também já provou seu valor no Campeonato Brasileiro, que começa domingo, com duelo com o Botafogo, às 19h, na Arena. O casamento com o Grêmio rendeu a última grande campanha gremista na competição, em 2013, e respalda o processo de confiança dado ao comandante gremista.

Como jogador, Renato esteve envolvido em um dos Brasileirões mais polêmico da história. Certamente, considera-se campeão com o Flamengo em 1987, embora a CBF não reconheça oficialmente o título rubro-negro – o Sport também se considera dono da famosa "taça das bolinhas". Naquele ano, também foi eleito Bola de Ouro da revista Placar. Alguns anos antes, em 82, fora vice-campeão pelo Grêmio, superado justamente pelo Fla.

Afora a polêmica do campeonato de três décadas atrás, o torcedor do Grêmio pode acreditar em boa campanha sob o comando de Renato pelos seus resultados apresentados. Embora o rendimento atual seja irregular, com oscilações da equipe, foi o ídolo a liderar o Tricolor na melhor campanha recente da equipe: o vice-campeonato de 2013.

– Aqui todo mundo tem a absoluta confiança, a comissão e os jogadores. É a reafirmação de que o Grêmio pode e quer fazer um grande campeonato. Dos nossos propósitos, dos nossos desejos, dos nossos compromissos com clube e torcida. Não é um compromisso da direção, mas da comissão e jogadores. Todos desejamos o melhor. Estamos renovando os votos que queremos começar bem o processo, afinados no nosso propósito – disse o presidente Romildo Bolzan em entrevista coletiva convocada por ele próprio na tarde de quinta-feira.

O contexto atual pede correção de rumo. Taticamente, o Grêmio está montado há dois anos. A forma de jogar pouco muda. Renato deu pitadas pessoais no ano passado, com time competitivo, concentrado e transições velozes e diretas ao ataque. No entanto, precisa reajustar a equipe após insucesso no Gauchão e recente derrota na Libertadores – a primeira, diga-se de passagem.

Será a segunda vez que Renato inicia a competição no Grêmio. Em 2011, após a arrancada rumo à Libertadores no ano anterior, deixou o clube logo após as primeiras rodadas. A situação, porém, é bastante diferente. O Tricolor tem um elenco superior ao entreg naquela oportunidade. É quase como se o ídolo gremista ganhasse sua primeira oportunidade realmente de iniciar o Brasileirão, pelo contexto de seis anos atrás.


Renato em conversa com o vice de futebol Odorico Roman. Técnico tem total confiança da direção (Foto: Lucas Uebel/Grêmio)

São três edições do Brasileirão no comando tricolor. No ano passado, ao assumir no fim de setembro, não conseguiu sucesso nesta competição. O foco, desde o início, estava mais voltado para a Copa do Brasil, conquistada em dezembro. Foram 10 jogos – sem contabilizar as derrotas para Botafogo e Santa Cruz, quando James Freitas foi o treinador –, com quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas.

Em 2013, Renato assumiu a equipe em julho, após demissão de Luxemburgo, e comandou uma arrancada rumo ao vice-campeonato. Apostou em um futebol de resultado, marcação e força. Identificou as carências do elenco e montou uma maneira de jogar em cima delas. Manteve todos concentrados e com a ideia comprada, o que precisa fazer no momento atual gremista. Esteve à frente do time em 33 jogos, com 16 vitórias, nove empates e oito derrotas.

Em 2010, foi contratado em agosto, com o Grêmio flertando com a zona de rebaixamento. Foi o responsável por reorganizar o time e conseguiu uma arrancada até o quarto lugar naquela competição, o que garantiu vaga na Libertadores. Nos 25 jogos do Brasileirão, conseguiu 16 vitórias, seis empates e apenas três derrotas.

Às vésperas do início de mais uma competição por pontos corridos, Renato precisa conseguir manter o time concentrado em 38 rodadas para brigar pelo título. Além disso, há as competições de mata-mata por começar: dia 17, o Grêmio enfrenta o Fluminense pela Copa do Brasil. E depois tem as oitavas da Libertadores também a iniciar, mas precisa confirmar a classificação no dia 25, diante do Zamora, na Arena.

Contra o Botafogo, o técnico não contará com Maicon e Bolaños, machucados, e Edílson, suspenso por três partidas ainda por conta de punição do ano passado. Nesta sexta-feira, fará novo treino fechado para encaminhar a equipe para a estreia de domingo.

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