Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS
O nome dela é Karina Balestra. Mas também é conhecida por ser uma gaúcha que gosta de ser pioneira no futebol. Foi assim na tarde de domingo, quando anotou o primeiro gol do Grêmio no Brasileirão Feminino, na vitória sobre o Vitória-PE e vem sendo assim ao longo da carreira da atacante de 35 anos. É dela a marca de ser a primeira gaúcha a servir a seleção brasileira principal e ganhar um título – conquistou o Pan-Americano em 2003 – e levantar o troféu no Campeonato Coreano, em 2010, onde jogou por três anos.
Com mais 11 títulos gaúchos, uma Copa do Brasil e um Paulistão no currículo, Karina quer mais:
– Está faltando o Brasileiro, né?
Nesta conversa com ZH, a atleta que está servindo ao Grêmio na competição nacional fala sobre a estreia da equipe no Brasileirão e projeta o momento que vive o futebol feminino no país.
Confira:
Como foi estrear com gol no Brasileirão?
Ontem ainda estava conversando com o pessoal que me acompanha há mais tempo. Eles brincaram que eu gosta de quebrar recorde. Eu fui a primeira gaúcha a servir a seleção principal e ganhar um título (ela conquistou o Pan-Americano em 2003), fui a primeira gaúcha a conquistar um título na Coreia do Sul (jogou por três anos no time FC Suwon), fomos campeãs da Liga Coreana, em 2010. E falaram que eu não podia sair do jogo sem aprontar uma (risos). No primeiro minuto, recebi a bola e errei um gol. Até disseram que, se eu fosse, mais nova, com menos experiência, tinha me abatido. Mas o jogo tem 90 minutos, e conseguimos a vitória no último.
O que foi mais difícil na partida?
A chuva prejudicou muito, campo escorregadio, nosso time toca muito a bola. E o time delas é o segundo melhor do Brasil, do ranking feminino. Claro que esperávamos que o jogo seria difícil. A gente não podia sair daquele jogo sem uma vitória em casa.
Como capitã da equipe do Grêmio e porta-voz do time, qual a maior dificuldade do grupo?
Até dois anos atrás, eu vivia só para o futebol. Hoje, não. Abri uma escolinha, a 11 Unidos, em Cachoeirinha, e dou aula. Se eu jogasse futsal, poderia seguir. Mas como eu gosto de criança, consegui unir as duas coisas. A maior dificuldade do nosso grupo é ter este segundo trabalho. Umas pegam pesado, são faxineira, vigilantes. O nosso desafio está aí. Uma menina dessas, trabalhar das 8h às 18h, e treinar, não vai render o que a treinadora quer. Essa é a nossa diferença para os times de São Paulo. Sabemos que o Grêmio abriu as portas, não temos o que reclamar, mas ainda temos este ponto. Já tive o prazer de viver do futebol e queria muito que essas meninas mais novas vivessem isso também.
O movimento que o futebol feminino vive é o maior que você já viu?
O futebol feminino no Rio Grande do Sul já esteve melhor. De 1998 a 2003, tinha Inter, Grêmio, campeonato gaúcho com Juventude, Caxias, Brasil-Pel. Esse ano, o negócio está querendo se desenhar igual aquela época. Hoje, é mais fácil de divulgar, vai ser muito bom. Tem o Inter também, a partir do segundo semestre, estará de volta com a equipe principal. Essa rivalidade ajuda também. O campeonato gaúcho com os dois maiores do Estado vai ficar na história. Temos muitas jogadoras boas, é preciso valorizar que elas vivam só disso.
Você é uma das atletas que ajuda as companheiras com chuteiras, material esportivo. Tem algum tipo de patrocinador ainda?
Não, não tenho mais patrocinar. Como eu joguei na Coreia por três anos e éramos patrocinadas por Nike e Adidas, ganhávamos oito chuteiras na temporada de verão e mais oito na temporada de inverno. Voltei para o Brasil com 28 chuteiras, paguei excesso de peso e tudo. E fui distribuindo para quem não tem como comprar. Sempre procuro ajuda, tem gente que não tem condições de adquirir.
Qual adversário mais perigoso da chave do Grêmio no Brasileirão? E a sua passagem nos times de São Paulo ajuda na hora de enfrentá-las?
O principal time é o Corinthians, é fortíssimo. Muitas meninas já jogaram fora do país, fazem só isso da vida. Treinam dois turnos, estão bem-preparadas. É o mais difícil da nossa chave. E ajuda, sim, na hora de enfrentá-las. Conheço a maioria das jogadoras, sabemos quem é quem, se a zagueira é mais lenta, como faz gol. Ajuda na marcação.
Para quem não conhece o seu futebol, como é seu estilo de jogo?
Eu procuro sempre dar prioridade à movimentação, vou pelos lados do campo. Posso dizer que sempre tentarei sair do jogo com gol. Tenho boa finalização e, em quase todos os campeonatos, fico na briga pela artilharia.
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Nesta conversa com ZH, a atleta que está servindo ao Grêmio na competição nacional fala sobre a estreia da equipe no Brasileirão e projeta o momento que vive o futebol feminino no país.
Confira:
Como foi estrear com gol no Brasileirão?
Ontem ainda estava conversando com o pessoal que me acompanha há mais tempo. Eles brincaram que eu gosta de quebrar recorde. Eu fui a primeira gaúcha a servir a seleção principal e ganhar um título (ela conquistou o Pan-Americano em 2003), fui a primeira gaúcha a conquistar um título na Coreia do Sul (jogou por três anos no time FC Suwon), fomos campeãs da Liga Coreana, em 2010. E falaram que eu não podia sair do jogo sem aprontar uma (risos). No primeiro minuto, recebi a bola e errei um gol. Até disseram que, se eu fosse, mais nova, com menos experiência, tinha me abatido. Mas o jogo tem 90 minutos, e conseguimos a vitória no último.
O que foi mais difícil na partida?
A chuva prejudicou muito, campo escorregadio, nosso time toca muito a bola. E o time delas é o segundo melhor do Brasil, do ranking feminino. Claro que esperávamos que o jogo seria difícil. A gente não podia sair daquele jogo sem uma vitória em casa.
Como capitã da equipe do Grêmio e porta-voz do time, qual a maior dificuldade do grupo?
Até dois anos atrás, eu vivia só para o futebol. Hoje, não. Abri uma escolinha, a 11 Unidos, em Cachoeirinha, e dou aula. Se eu jogasse futsal, poderia seguir. Mas como eu gosto de criança, consegui unir as duas coisas. A maior dificuldade do nosso grupo é ter este segundo trabalho. Umas pegam pesado, são faxineira, vigilantes. O nosso desafio está aí. Uma menina dessas, trabalhar das 8h às 18h, e treinar, não vai render o que a treinadora quer. Essa é a nossa diferença para os times de São Paulo. Sabemos que o Grêmio abriu as portas, não temos o que reclamar, mas ainda temos este ponto. Já tive o prazer de viver do futebol e queria muito que essas meninas mais novas vivessem isso também.
O movimento que o futebol feminino vive é o maior que você já viu?
O futebol feminino no Rio Grande do Sul já esteve melhor. De 1998 a 2003, tinha Inter, Grêmio, campeonato gaúcho com Juventude, Caxias, Brasil-Pel. Esse ano, o negócio está querendo se desenhar igual aquela época. Hoje, é mais fácil de divulgar, vai ser muito bom. Tem o Inter também, a partir do segundo semestre, estará de volta com a equipe principal. Essa rivalidade ajuda também. O campeonato gaúcho com os dois maiores do Estado vai ficar na história. Temos muitas jogadoras boas, é preciso valorizar que elas vivam só disso.
Você é uma das atletas que ajuda as companheiras com chuteiras, material esportivo. Tem algum tipo de patrocinador ainda?
Não, não tenho mais patrocinar. Como eu joguei na Coreia por três anos e éramos patrocinadas por Nike e Adidas, ganhávamos oito chuteiras na temporada de verão e mais oito na temporada de inverno. Voltei para o Brasil com 28 chuteiras, paguei excesso de peso e tudo. E fui distribuindo para quem não tem como comprar. Sempre procuro ajuda, tem gente que não tem condições de adquirir.
Qual adversário mais perigoso da chave do Grêmio no Brasileirão? E a sua passagem nos times de São Paulo ajuda na hora de enfrentá-las?
O principal time é o Corinthians, é fortíssimo. Muitas meninas já jogaram fora do país, fazem só isso da vida. Treinam dois turnos, estão bem-preparadas. É o mais difícil da nossa chave. E ajuda, sim, na hora de enfrentá-las. Conheço a maioria das jogadoras, sabemos quem é quem, se a zagueira é mais lenta, como faz gol. Ajuda na marcação.
Para quem não conhece o seu futebol, como é seu estilo de jogo?
Eu procuro sempre dar prioridade à movimentação, vou pelos lados do campo. Posso dizer que sempre tentarei sair do jogo com gol. Tenho boa finalização e, em quase todos os campeonatos, fico na briga pela artilharia.
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Comentários
Comentários (4)
olha sei o quanto é difícil para essas meninas -mulheres até prq minha filha tbm joga e sei como é difícil ,falta patrocínio
a diretoria do grêmio deveria ao menos dar as chuteiras para cada uma....essas meninas estão levando o nome do grêmio para o Brasil. .
vamos Grêmio!!!!
Dá-lhe Tricolor nada pode ser maior
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