Rei da Copa: Grêmio conquista o bi em 94 e firma base para era de glórias

Em uma era atual de vacas magras, o gremista precisa apenas cerrar os olhos para recordar, com saudosismo, das glórias dos anos 90, forjadas por um supertime regido pelo dedo vencedor de Luiz Felipe Scolari. O Grêmio de Felipão ganhou a América e marcou época, com Dinho, Paulo Nunes, Jardel e companhia, em 1995. Mas tudo começa um ano antes, em 1994, com a vitória por 1 a 0 sobre o Ceará, num Estádio Olímpico abarrotado. Placar magro, mas suficiente para conceder ao Tricolor o bi invicto da Copa do Brasil.

E também para dar a um elenco desacreditado e repleto de pratas da casa o então misterioso sabor doce das conquistas. Foram muitas nos anos seguintes. E tudo graças àquele 10 de agosto. E a Nildo. O centroavante foi o artilheiro gremista na competição com cinco gols e protagonismo logo cedo na final. O bigodudo resolveu a parada para os gremistas ainda aos seis minutos do primeiro tempo, ao aproveitar de cabeça um escanteio cobrado por Carlos Miguel – uma combinação mortífera com Felipão.

O 1 a 0 foi suficiente para garantir a taça no armário. Mas não veio sem luta. Foi preciso segurar o ímpeto do Vozão com muita luta e polêmica. Já no segundo tempo, Sérgio Alves caiu dentro da área, após trombar com Paulão. O lance que gerou a reclamação furiosa dos cearenses, ignorada pelo árbitro, que ainda expulsou o atacante. Uma decisão com nervos a flor da pele, para forjar com taça a "casca" dos ainda garotos Carlos Miguel, Emerson e Danrlei.

– Eu lembro muito daquele jogo, porque a pressão de não poder tomar gol durante quase 90 minutos, sabendo que a gente fez um gol e era campeão, mas um erro, mesmo que pequeno pudesse resultar um gol... Na minha cabeça, foi de um crescimento como atleta muito grande. Foi onde aprendi a conviver com a pressão muito forte. Aquilo foi o alicerce em todos os sentidos para a minha carreira. Não foi fácil superar os momentos de ansiedade e até de desconfiança interna que eu tinha. Ali, me deu a segurança de trilhar uma história dentro do Grêmio – Danrlei.

O 1 a 0 sobre o Ceará deu ao Grêmio o bi invicto da Copa do Brasil. E muito mais. Serviu de alicerce para o clube se estruturar e reformular seu elenco para dar vazão às tantas conquistas nos três anos subsequentes. O ano de 1994 reacendeu o rótulo de time copeiro, chancelado com a Libertadores de 1995, o Brasileirão de 1996 e até o tri da Copa do Brasil, em 1997.

>> A campanha até a taça:

> Primeira fase:
Jogo de ida: Criciúma 2 x 2 Grêmio – Heriberto Hülse – 11/02/1994
Gols: Vilmar e Roger (Criciúma). Carlinhos e Gilson Maciel (Grêmio)

Jogo de volta: Grêmio 2 x 1 Criciúma – Estádio Santa Rosa – 18/02/1994
Gols: Carlinhos (2) (Grêmio). Giovani (Criciúma)

> Oitavas de final:
Jogo de ida: Grêmio 2 x 0 Corinthians – Estádio Olímpico – 19/04/1994
Gols: Fabinho e Gilson Maciel

Jogo da volta: Corinthians 2 x 2 Grêmio – Estádio Pacaembu – 28/05/1994
Gols: Marcelinho Carioca e Agnaldo (Contra) (Corinthians). Nildo e Fabinho (Grêmio).

> Quartas de final:
Jogo de ida: Grêmio 1 x 0 Vitória - Estádio Olímpico - 04/06/1994
Gol: Agnaldo

Jogo da volta: Vitória 0 x 1 Grêmio - Estádio Fonte Nova - 07/06/1994
Gol: Nildo

> Semifinal:
Jogo de ida: Vasco 0 x 0 Grêmio – Estádio São Januário – 24/07/1994

Jogo da volta: Grêmio 2 x 1 Vasco – Estádio Olímpico – 30/07/1994
Gols: Nildo (2) (Grêmio). Pimentel (Vasco).

> Final:
Jogo de ida: Ceará 0 x 0 Grêmio – Castelão – 07/08/1994

Jogo da volta: Grêmio 1 x 0 Ceará – Estádio Olímpico – 10/08/1994
Gol: Nildo.

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