Felipão desabafa com perguntas sobre volta ao Mineirão: 'Não adianta encher o saco'

Felipão durante o jogo do Grêmio contra o cruzeiro no Mineirão

No começo de julho, Luiz Felipe Scolari era eliminado ao lado da seleção brasileira com uma acachapante derrota para a Alemanha no Mineirão. Quase um mês e meio depois, o treinador, já na condição de comandante do Grêmio, retornou ao estádio. E saiu com um novo revés, por 1 a 0, após equilibrada partida contra o Cruzeiro.

Na coletiva de imprensa, o técnico foi questionado duas vezes sobre como se sentia em voltar ao estádio. Na primeira delas, foi praticamente monossilábico. "Voltar ao Mineirão é como voltar a qualquer estádio. Nada mudou, nada foi diferente na minha vida, está tudo igual."

Na segunda delas - e provavelmente já cansado de ter que ouvir perguntas relacionadas ao local e à seleção -, o técnico resolveu desabafar e praticamente fez um pedido para as perguntas sobre o assunto pararem.

"Exceção ou não exceção é continuarem perguntando e tentando imaginar que eu estou super preocupado. E isso vai acontecer daqui a um ano, 10 anos, 50 anos, 100 anos, eu já morri e vão dizer algumas coisas. Estou tranquilo, meu amigo. Tudo isso que estão tentando colocar já passou. É passado. Sou do Grêmio. Tenho uma família boa, estou tranquilo, não adianta nada ficar tentando encher o saco", desabafou.

Sobre o jogo em si, Felipão lamentou que o time tenha dado muito espaço para Dedé no lance do gol de Dagoberto - ‘Poderíamos ter feito uma falta, ter nos interposto no caminho dele' -, mas já viu sinais de um estilo formado dentro de campo.

"O estilo está bem encaminhado, os nomes dependem muitas vezes de lesões e cartões. Mas vamos ter uma equipe equilibrada e de boa capacidade. Não vi muitos jogos do Cruzeiro antes, mas, do que vi, ele sempre têm pelos menos dez oportunidades de gol. Hoje eles tiveram, duas, três. Sinal de que o Grêmio foi compacto e equilibrado", analisou.

Sobre as declarações de Rhodolfo após a partida, que disse que o gol sofrido foi bobo e juvenil, Felipão contemporizou e levou em conta o fato do jogador ter acabado de sair de campo quando respondeu a pergunta sobre o assunto.

"Ele fala em juvenil porque o zagueiro rouba a bola, nossa equipe permite a passagem do zagueiro e o cruzamento para o gol. É um gol que dificilmente equipes como nós e o Cruzeiro levam. Rhodolfo saiu chateado como todo mundo. Ele expôs o pensamento dele de forma categórica e, se fosse contatado agora, daria uma resposta mais tranquila. Responderia de uma forma um pouco diferente. É um gol que não estávamos preparados para tomar do jeito que estávamos jogando", concluiu.



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