Romildo revela "problema pessoal" e defende Maicon após vaia por fair play

A ascensão do Grêmio à liderança do Brasileirão correu sem sobressaltos. A vitória por 2 a 0 sobre o Coritiba no domingo, na Arena, foi construída de forma desapressada e com uma certa dose de tranquilidade. Mas um lance fugiu da normalidade de um roteiro que se desenhava favorável desde os primeiros minutos, dada a superioridade tricolor sobre os paranaenses. O capitão Maicon foi vaiado e até xingado por parte da torcida em ato de fair play. O presidente Romildo Bolzan saiu em defesa do capitão e citou "problema pessoal" do jogador.

Aos 38 minutos do primeiro tempo, o volante Alan Santos, do Coxa, aplicou um belo chapéu em Marcelo Hermes. Porém, ao espichar a perna para manter o domínio da bola, sentiu um problema muscular e foi ao chão. O Grêmio recuperou a posse em seguida, mas interrompeu o próprio contra-ataque. O capitão Maicon havia chutado a bola pela lateral para que o adversário fosse atendido.

Uma parcela dos 12 mil torcedores que foram à Arena prontamente vaiou o capitão. Naquele momento, o placar ainda estava zerado. Na imagem (veja o vídeo acima), até mesmo o técnico Roger esbraveja, mas não é possível identificar o teor da mensagem nem seu destinatário. Segundos depois, alguns gremistas começam a gritar: "Ei, Maicon, vai tomar no c*".
A atitude contrária ao fair play do líder gremista ainda é resquício do fracasso da equipe nas competições do primeiro semestre. As doloridas eliminações, principalmente no Gauchão e Libertadores, fizeram do volante o principal alvo do descontentamento de alguns fãs. Supostas omissão e falta de indignação tornaram-se as principais críticas a Maicon.

Após o jogo, porém, o presidente Romildo Bolzan Júnior defendeu o jogador com afinco. Pediu respeito do torcedor frente aos atletas do elenco e ainda revelou que o capitão estaria passando por um "problema pessoal".

– Àqueles torcedores que tiveram raciocínio diferente em relação a fazer uma crítica ao Maicon ter feito fair play naquele momento do jogo, afirmo que não é a hora, não é justo com o jogador. O Maicon emblema muitas situações técnicas, vinha fazendo uma grande partida, é nosso capitão, nossa liderança. Ainda mais passando por um momento pessoal desde ontem (sábado). Peço à torcida que respeite o jogador e deixe para se manifestar no final. Os jogadores estão fazendo o máximo que podem e querem vencer – discursou Romildo.

O Maicon emblema muitas situações técnicas, vinha fazendo uma grande partida, é nosso capitão, nossa liderança. Ainda mais passando por um momento pessoal desde ontem (sábado).
Romildo Bolzan, presidente do Grêmio
O volante mostrou-se incomodado com os apupos por considerar uma "questão ética de jogo". Entretanto, disse entender o posicionamento dos fãs em um momento que a partida ainda estava empatada, sem citar o problema pessoal referido pelo chefe. Segundo ele, é uma situação que os jogadores conseguem "tirar de letra".

– A gente fica chateado, porque é uma questão de ética de jogo. Se estamos com jogador caído, é natural, vão jogar a bola para fora também. O cara estava machucado, acabou sendo substituído, tinha que colocar a bola para fora. Entendo a impaciência do torcedor, mas é natural isso acontecer, o jogador deles estava lesionado. É tranquilo, tiramos de letra. Seguimos firme e, no lance seguinte, conseguimos fazer o gol. A nossa equipe está concentrada no que estamos fazendo. As coisas fora do campo não podem nos atrapalhar – declarou.

O Grêmio se reapresenta na tarde desta segunda-feira, com trabalho de recuperação física para os titulares. Na quinta-feira, enfrenta o Palmeiras, na Arena Palmeiras, às 21h.


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