Indicado por Felipão, Grassi carrega 11 times na carreira e 'título' no Gauchão

Bruno Grassi será titular no Tricolor (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)

Ao entrar em campo na quinta-feira, antes mesmo do horário do jogo com o Santos, na Arena, Bruno Grassi certamente reviverá uma trajetória inteira até chegar ao momento de defender as cores do Grêmio. Uma honra que será colocada em prática por ele enquanto Marcelo Grohe estiver sem condições de atuar. Mas que não apareceu por acaso. A carreira do goleiro engloba 11 clubes, o título de melhor da posição no Gauchão e uma indicação de Felipão para o Tricolor. Com paciência, ganhou espaço e é a reposição imediata para a meta gremista.

O ano de 2015 representa a guinada na carreira de Grassi que todos os jogadores esperam. O Tricolor é o 12º clube do goleiro, que iniciou nas categorias de base do Inter. Além do rival, tem experiência no Marítimo, de Portugal, e rodou por equipes menores do futebol brasileiro, como Mogi Mirim e Passo Fundo-RS. No Cruzeiro-RS, em 2015, acabou como um dos grandes destaques do Gauchão. Defendeu pênalti de Anderson e, no confronto com o Colorado pelas quartas de final, foi o grande destaque. Por pouco não impediu a eliminação do time alviazul. Acabou na seleção da competição.

A primeira e única partida no Tricolor ocorreu na derrota por 2 a 1 para o São Paulo. Uma lembrança amarga para um momento de felicidade pessoal do goleiro, que acredita ter feito uma boa partida naquele 13 de setembro.

- Vou revelar que depois do jogo com o São Paulo, parei na frente do espelho, sentei e pensei: "fui titular com a camisa do Grêmio". Tantos goleiros que foram, Danrlei, Mazaropi, Marcelo Grohe, é uma honra muito grande. Não foram um ou dois clubes, foram 11, é uma caminhada muito longa e árdua. Muitos param pelo caminho. Muitos ficam pela falta de oportunidades. Não foi fácil chegar aqui. Com muito trabalho, cheguei, e espero corresponder - comentou Grassi.

A chance de ser titular após rodar pela realidade da maioria dos jogadores de futebol do país comove o goleiro. A responsabilidade de defender a meta do Grêmio estará em suas costas no segundo semestre de 2015. Em anos anteriores, nesta mesma época, Grassi treinava para tentar um clube para a temporada seguinte, já que o time anterior havia fechado as portas e só retornaria no campeonato estadual seguinte.

- Muda muita coisa. Quando tu jogas em um clube de menor expressão, trabalhas sem saber se no segundo semestre vai jogar. Brincava com a minha esposa que vai ser o primeiro ano que vamos ter férias. Depois que acabava o campeonato, tinha férias forçadas. Muda de ser mais conhecido e das oportunidades. Uma boa partida pelo Cruzeiro-RS não te valoriza tanto quanto uma boa partida pelo Grêmio - completou.
A caminhada do arqueiro teve muitos percalços até que a chance em um grande clube chegasse de fato. Maduro e paciente, Grassi chegou com pinta de segunda opção, mas acabou preterido por Tiago. A mudança de conceito tem outra explicação: a troca no comando técnico. Felipão, que o indicou e não tinha confiança em Tiago, saiu. Roger, que já conhecia o prata da casa, optou por dar sequência ao jovem.

- Não me frustrei, só de estar no Grêmio, um dos maiores clubes do Brasil... Sou paciente, Tiago já tem 10 anos de casa, não vejo como uma injustiça comigo. Tiago mereceu a oportunidade, sempre foi bem quando substituiu o Marcelo. Soube esperar e esta aí a oportunidade - recorda.
Além do confronto com o Santos, o goleiro deve ser titular também diante da Chapecoense, novamente na Arena. Como Marcelo Grohe pode ficar até 15 dias sem treinar, Grassi pode jogar ainda contra o Vasco, no Rio de Janeiro. O Tricolor treina na manhã desta quarta-feira, no CT Luiz Carvalho.

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