De olho em 2016, Grêmio mapeia mercado e analisa lista com 30 nomes

A dois meses do fim do Brasileirão, o Grêmio já começa a planejar o ano de 2016. Inclusive uma reunião na quarta-feira deu o pontapé inicial para as tratativas de negócios, renovações e possíveis contratações para a próxima temporada. Com a compra da gestão da Arena e a vaga na Libertadores encaminhadas, o objetivo da diretoria é reforçar o elenco para deixar a fila de 14 anos sem grandes títulos.

Conforme o presidente Romildo Bolzan Júnior, há cerca de 30 nomes em análise. O Tricolor revira uma lista com possíveis atletas tanto do mercado nacional quanto do sul-americano e europeu. O novo software desenvolvido pela alemã SAP (Sistemas, Aplicativos e Produtos para Processamento de Dados), mesmo em fase de testes, já auxilia no mapeamento por meio do gerenciamento de informações sobre jogadores.

- Temos 20, 30 nomes em exame. Serão jogadores de todas as partes do campo, de defesa, de meio e de ataque. Nós vamos harmonizar o plantel com jogadores para todas as posições. Não vai mudar muito. Temos sete titularíssimos e quatro ou cinco muito titulares. E vêm mais cinco para brigar por titularidade também. A ideia é ter um plantel com 16, 17 jogadores neste nível - contou Romildo ao GloboEsporte.com.

Para manter o nível de competitividade no próximo ano, o Grêmio admite desembolsar valores, mas nada que fuja da realidade financeira de contenção de gastos imposta pela gestão de Romildo. Neste ano, o clube reduziu em R$ 3,5 milhões a folha em relação a dezembro do ano passado. Atualmente, o custo do futebol gira em torno de R$ 5,6 milhões. O teto salarial deve ser definido a partir de conversas entre o Conselho de Administração. A intenção da direção é não errar nas contratações.

- Nessa semana definimos o limite de nossas faixas salariais. Não por jogador, não por faixas, mas pelo volume da folha. O Grêmio vai ter volume de folha salarial com futebol que poderá ter tanto de gasto no mês. A partir daí, com saídas, entradas e custos, a gente vai ter um plantel que vai ser muito competitivo para a Libertadores e também para o ano inteiro. Vamos diagnosticar muito bem as aquisições que vamos fazer - salienta o presidente.

Diretor Rui Costa debaterá contratações com Roger (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)

Dois casos que não permitirão excessos ao tricolor gaúcho são o zagueiro Erazo e o volante Maicon. Ambos terminam seus empréstimos ao final do ano. Enquanto o equatoriano ficará livre, o meio-campista retorna ao São Paulo. Para mantê-los, será necessário gastar. E não é pouco. O defensor e seu empresário pedem cerca de R$ 9 milhões pelo passe. Os paulistas não liberam o capitão gremista no Brasileirão por um valor semelhante.

Apesar do aperto financeiro, Bolzan comemora uma "estabilização" nos meses de julho e agosto. Conforme o mandatário, o planejamento adotado na sua gestão prevê ganhos reais a partir de dois anos, mas a chegada de Roger Machado ao comando técnico fez o time surpreender e sonhar com títulos da Copa do Brasil e do Brasileirão. A primeira competição ficou pelo caminho, e as chances de levantar a taça da segunda são remotas. Nada que desanime o alto escalão do clube.

- O Grêmio apresentou sinais de recuperação financeira muito grande. Tem certa estabilização em julho e agosto. Estamos aguardando setembro. As políticas adotadas no primeiro semestre estão refletindo agora. Este planejamento implica em dois anos. Pode haver fatos que melhorem (a situação). Nada disso significa título. Significa ajuste para ter mais capacidade de investimento no futebol. Estamos ajustando o time para ter um futebol mais competitivo - finaliza Romildo.

Outro ponto que influencia no gasto do próximo ano é a colocação no Brasileiro. Se for vice-campeão, o Tricolor consegue abocanhar um montante maior, cerca de R$ 6 milhões.