Renato Portaluppi defende ex-centroavante do Grêmio no Mundial de Clubes

Durante a convincente vitória por 4×2 sobre o Ulsan HD, neste sábado, válida pela segunda rodada da fase de grupos do Mundial de Clubes, a torcida do Fluminense protagonizou um momento inusitado. Em tom irônico e bem-humorado, os tricolores passaram a cantar “chuta, Everaldo” em alusão ao episódio da estreia diante do Borussia Dortmund, quando o atacante desperdiçou uma grande chance ao optar pelo passe em vez da finalização.

Na estreia da equipe carioca no torneio, Everaldo teve uma das melhores oportunidades de abrir o placar contra os alemães. Ao invadir a área e ficar de frente para o goleiro, o atacante preferiu cortar o defensor e tocar para Canobbio, que acabou desperdiçando a chance. A decisão gerou críticas nas redes sociais e, naturalmente, reverberou nas arquibancadas.

“O que peço para nosso torcedor é que dê força para o Everaldo. O jogador sempre procura dar o máximo de si. É difícil estar sendo cobrado em campo e ter confiança e tranquilidade para jogar”, afirmou Renato, em coletiva pós-jogo

Em entrevista após a partida, o treinador destacou a importância de manter o apoio ao jogador. Segundo ele, a cobrança é normal no futebol, porém pode impactar diretamente a confiança de atletas que vivem momentos de adaptação ou oscilação técnica.

“Ele pode não estar aparecendo muito para o torcedor, mas ele tem aparecido muito para o time. Eu confio totalmente nos meus dois centroavantes, o Cano e o Everaldo”, acrescentou.

Além disso, o treinador reforçou que vê valor no desempenho tático do atacante, mesmo sem que ele tenha balançado as redes. Conforme suas palavras, Everaldo contribuiu para abrir espaços, criar jogadas e incomodar a defesa adversária.

“Às vezes falta confiança por causa dessa cobrança. Contra o Borussia, ele poderia ter jogado a bola por cima ou, no mínimo, tentado o chute. Mas preferiu o passe para Canobbio, que também ficou cara a cara com o goleiro”, explicou o comandante.

Formado nas categorias de base do Grêmio, Everaldo nunca teve sequência como titular na equipe profissional. Em busca de minutos e amadurecimento, passou por uma série de clubes brasileiros. Antes de chegar ao Fluminense, teve passagem relevante pelo Bahia, onde foi titular em diversos momentos e despertou o interesse da equipe carioca. Hoje, aos 28 anos, ele busca consolidar seu espaço em um elenco repleto de nomes experientes. A versatilidade e disposição são suas principais armas para continuar recebendo oportunidades com a camisa tricolor.

No futebol, talento e entrega nem sempre bastam. O fator emocional é determinante. Everaldo tem qualidade e histórico que sustentam sua presença no elenco, mas precisa de confiança e apoio — tanto da comissão técnica quanto da torcida. A resposta, como sempre, virá dentro de campo.