Medo infundado impede Grêmio de virar SAF e resolver sua situação financeira e política


Fonte: Leila Krüger

Medo infundado impede Grêmio de virar SAF e resolver sua situação financeira e política
Já escrevi algumas vezes aqui, no que concordo com Renato Portaluppi e com o cenário atual do futebol brasileiro e mundial, que o futuro e presente do futebol é SAF - Sociedade Anônima de Futebol. Mas o Grêmio teme essa revolução, fica para trás. O presidente Alberto Guerra teve de prometer que não faria do Imortal uma SAF, embora esteja mais inclinado a admitir que o melhor caminho é ser futebol-empresa, um dos vários modelos de associação entre um grupo de investidores e um clube de futebol.

Já demonstrei como as SAFs reergueram vários clubes, antes quase nulos no futebol brasileiro nos últimos anos, fazendo-os disputar e ganhar títulos. As SAFs Galo, Botafogo e Cruzeiro, com o Flamengo (único clube brasileiro que, por seus patrocínios e investidores, com o Corinthians, não precisa de SAF por enquanto), estão nas finais de Libertadores da América e Sul-Americana. A SAF Botafogo não deve deixar escapar o título como em 2023, este que devia ter sido do Grêmio, não fosse o apito, na partida contra o Corinthians e em outras em que foi prejudicado; e os frangos de Grando, substituído na reta final por um excelente Caíque que fechou o gol. (Obs.: esqueçam de Grando, já ajudou a rebaixar os gremistas em 2021, com Brenno, e foi reprovado no Cruzeiro, deve ser assunto fora de pauta; e, se Renato Portaluppi não ficar, Adriel seria um bom reserva, porém eu tentaria o ótimo arqueiro Gustavo, do Criciúma, disputando até a titularidade com Marchesín.)

Agora, fala-se em um bilionário grego com uma fortuna de 22 bilhões que quer investir em um clube no futebol brasileiro. O Vasco está de olho. Mas um representante do magnata observa todos os times brasileiros. Ainda que não fosse essa SAF, o Grêmio precisa entender que o futebol mudou, e que quem não tem dinheiro para investir, ainda que invista em jogadores promissores, vai estar em desvantagem não apenas dentro de campo, mas política. O Grêmio é o clube mais prejudicado pela arbitragem e pelo STJD nos últimos anos, não tem força política.

Brum acha que berrando nos microfones e sendo punido vai ajudar o suficiente. Não; o futebol gira ao redor de quem tem dinheiro. Ou um conselheiro eleito como vice da CBF: o mesmo árbitro que validou gol ilegal da vitória dos colorados sobre o Fortaleza, contrariando o VAR, anulou gol visivelmente legal do Flamengo contra o Cruzeiro, o catarinense Gustavo Ervino Bauermann, e sabemos que os rubro-negros cariocas disputam o G4 com o clube de Francisco Novelletto.

Mas eu estava falando de SAFs.

Bem, o Grêmio tinha um projeto de revitalização do Olímpico com apoio da prefeitura para virar SAF, mas acho difícil esperar algo dela e do MPRS, que colocam sempre empecilhos ou mostram descaso para com o Clube de Todos: punem fortemente os tricolores, permitem que a impunidade reine no rival. Sebastião Melo, notório torcedor colorado, doou um CT enorme a eles, sem contrapartidas pífias pagas, e áreas públicas do parque Marinha para ganho privado de seu clube do coração. O Grêmio não deve liberar o Olímpico, mas investir nele como ativo do clube, já que é dono do terreno, não o recebeu como doação, tal qual o Guaíba aos colorados.

Outro ponto é que havia no horizonte um patrocínio de R$ 68 milhões por ano para o Grêmio, da H2BET, e não se falou mais nisso. Como já mencionei, não quero crer que o Grêmio pagou apenas R$ 20 milhões ao Banrisul por um terço da dívida da OAS com a Arena, sendo R$ 75 milhões o valor total, para manter o banco com patrocínio exíguo em sua camisa. Ainda mais porque "eles" não receberam a mesma proposta. Venho pregando a ruptura da Dupla, cada um com seus patrocínios, e se quiserem, com razão, manter o Banrisul na camisa, seja como patrocinador secundário, ao menos no caso do Grêmio, já que a estatal gaúcha é parceira do lado azul e do lado vermelho para negócios e dívidas.

Voltando a SAF: já agora o Grêmio deve, e em sigilo, se possível, começar a implantar uma SAF. Nada a ver com a ISL dos anos 1990. O Grêmio já teve proposta para virar SAF, do Grupo City, se não me engano. E é o quarto clube brasileiro mais pesquisado no Google nos últimos vinte anos, camisa pesada, reconhecido mundialmente, principalmente após a passagem de Suárez. Lembrando que a SAF não seria negativamente afetada por um bom patrocínio na camisa, como H2BET. Esportes da Sorte paga pouco, e a multa são 15 milhões que seriam descontados dos 68 no primeiro ano de contrato.

O Clube de Todos há anos pensa como empresa: busca investidores como Celso Rigo, o Tio do Arroz, e foca no Financeiro. Mas as gestões são ruins. E nós, gremistas, estamos cansados de nos iludir com contratações e ouvir "valores assustam". Estamos cansados de ter de vender joias a preços irrisórios pela urgência financeira. Uma SAF sempre vende bem, não tem urgência em vender e tem o poder de grandes empresários no mercado para negociar. Grêmio, vire SAF logo! E reveja a situação do patrocínio master, da revitalização do Olímpico e do fornecedor de material esportivo: além da New Balance, com sede em Los Angeles, EUA (onde Suárez joga), a Puma tem interesse em pagar mais que a Umbro. No futebol, o que conta realmente é o dinheiro. Lealdade a antigos parceiros é bonita, mas não ajuda muito.

O Grêmio precisa seguir em frente, sem tanto medo e provincianismo. E a torcida não precisa ter medo de perder seu querido clube. Torcida, torcida, negócios à parte. É o processo de tornar o Grêmio um dos maiores clubes do mundo na atualidade, e voltar a ganhar grandes títulos, porque em 2023 só quase ganhamos o Brasileirão pela genialidade de Suárez. Estamos exauridos, como torcedores do Maior do Sul, de sofrer com más administrações e falta de dinheiro e poder político.

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