Grêmio surpreende com herói improvável em vitória histórica na Libertadores


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Grêmio surpreende com herói improvável em vitória histórica na Libertadores

O Grêmio saiu na frente. Longe de ter feito um grande jogo e muito menos de ter garantido a classificação, mas quem viu o jogo sabe o quanto foi surreal essa vitória. O Grêmio não jogou nada bem para dar tranquilidade de que tá tudo bem, mas a análise da partida não pode ficar em cima do resultado. E o resultado é gremista. Isso é mais forte que tudo. O Grêmio arranca vencendo e vai para o Maracanã podendo empatar para passar. Isso é gigantesco. Renato começa o jogo com a volta do esquema tradicional. O 4-2-3-1. Ely e Jemerson os dois laterais; Dodi e Villa de volantes; Pavón, Cristaldo e Soteldo na meia e Braithwaite no comando de ataque. Os primeiros 30 minutos do primeiro tempo foram do Fluminense.

Só deu eles. O Grêmio teve, no máximo, duas escapadas do Pavón, que errou a finalização, mas foi o mais perto do gol que o time gremista chegou. Nesse meio tempo, até bola me cima da linha o Rodrigo Ely teve que tirar. Não seria injusto se o Fluminense tivesse aberto o placar ainda nesse período. Só não fez pelo Ely. E aqui já aproveito para dizer que ele, mais uma vez, vinha fazendo uma baita partida até a expulsão. Só que deixou o soco na barriga do Ganso. Não foi forte, mas claramente foi um soco. Sem bola, sem fazer parte da disputa. O cara correu o risco. Se ferrou. Depois dos 30 minutos, o Grêmio saiu. Pelo menos saiu. Foi para o ataque e começou a ter jogadas no campo da frente. Mas ainda foi pouco. Mais do que isso, o intervalo foi de um erro do Renato. Como é praxe, ele tentou fazer ajustes no intervalo e nenhuma mudança. Não deu certo.

O Fluminense seguiu melhor. Tão melhor que acabou marcando o gol deles. Tava na cara que isso iria acontecer. Renato tinha que ter mexido. Era nítido que o Cristaldo e o Pavón não estavam bem. Tenho certeza que o gol sofrido vai ser alvo do vídeo do Renato na palestra. Dodi e Jemerson tinham que ter pressionado o Ganso. Deixar ele pensar é fatal. Depois, o João Pedro não viu o Lima nas suas costas e deixou chutar. Falha bem importante de marcação. É óbvio que o Renato vai falar longamente na próxima seção de vídeo com os jogadores. Bom, mas o Grêmio virou.

E virou por conta do talento na bola parada do Reinaldo. Ele foi mega frio para bater o pênalti no ângulo e depois na falta que bateu e traiu o goleiro Fábio. Reinaldo que já tinha feito a única jogada perigosa do primeiro tempo, quando inverteu na medida para o Pavón finalizar. É claro que nada apaga as atuações irregulares, mas o Reinaldo foi decisivo nessa noite. Isso, é inegável. Vai ganhar o melhor do jogo, com sobras. Soteldo é o segundo melhor em campo.

Afinal, ele é o cara que cava o pênalti e a falta que originam os gols. Interessante que fez isso jogando no seu lado oposto. Suas melhores jogadas foram na ponta direita, depois que o Renato inverteu de lado porque o Gustavinho entrou. O terceiro melhor em campo, pra completar o pódio que costumo fazer, seria o Ely, mas a expulsão prejudicou.

Por isso, o Dodi vai entrar no lugar. Ele foi muito, muito bem como primeiro volante. Toda vez que é chamado, o Dodi se torna do dono do meio. Estamos diante de um jogador subestimado. Futebol é maluco, né? Desta vez, nem o Braithwaite e nem o Monsalve fizeram que fizeram nas outras partidas, mas o Monsalve foi mais do que o Cristaldo vinha sendo, longe de ser o decisivo que já foi, mas pelo menos deu mais posse de bola na meia.

Não creio que o Renato irá mudar, mas é fato que o Cristaldo não consegue jogar o que vinha jogando há uns três jogos. Sobre o Braithwaite, penso que precisamos lembrar que o time não o ajudou no ataque. Precisava ser melhor municiado. Não tem nenhum gol perdido por ele, por exemplo. A bola precisa chegar. E se eu falo que o Cristaldo foi apagado e os pontas também não foram brilhantes, preciso ser justo e dizer que impactou na vida dele. Não dá pra mentir, o Grêmio não fez um grande jogo. Só que o clube como um todo sabe jogar as Copas. Isso faz diferença. Não tem como dizer que não.

Na hora que precisou, apareceram os dois gols. Isso é muito Grêmio. É muito a história gremista. E sabe o que é melhor? Tudo isso “fora de casa”. Dessa vez, com 18 mil apenas. E não há como criticar ninguém. Poxa, olha todos os jogos longe de Porto Alegre que aconteceram. Mas, enfim, o fato é que, classificando na semana que vem, o Grêmio terá novamente a Arena à disposição para as quartas. E aí a parada muda bastante de figura para os adversários. Vamos lá, falta pouquinho. São 90 minutos e pelo menos um empate no Maracanã.



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