Torcedores do Corinthians e Craque Neto dão show de horrores fora de campo em jogo do Grêmio


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Torcedores do Corinthians e Craque Neto dão show de horrores fora de campo em jogo do Grêmio
O Grêmio conseguiu um bom empate em Itaquera contra um Corinthians organizado e sólido na defesa. A arbitragem de Marcelo de Lima Henrique, suposto "amigo de infância" de Renato Portaluppi, foi justa, exceto pelo erro terrível que quase cometeu, não fosse acudido pelo VAR e punido a agressão ao craque Villasanti com vermelho direto. O Imortal ficou com 1 a mais em campo desde o início do 2o tempo, mas não conseguiu se impor - essa é a grande crítica ao time de Renato. Sobretudo, não queria levar gols, e não levou, embora, no fim, Reinaldo voltou a comprometer: por sorte, o tento dos paulistas com mais uma sua falha estava impedido. Gustavo Nunes ainda levou vermelho em lance interpretativo, mas será bom que repense e tenha mais maturidade e humildade, nesta onda de negociações que envolvem sua saída do Clube de Todos. Porém, eu gostaria de falar sobre o show de horrores que vi fora de campo: a torcida do Corinthians no estádio foi deplorável, e Craque Neto, corinthiano devoto que até virou sócio do Maior do Sul para ajudar as vítimas das enchentes, perdeu a oportunidade de ficar calado.

Primeiro a torcida do Corinthians: o que foi aquilo de imitar pessoas nadando, de gritar "vai chover", de debochar da maior tragédia que já acometeu o Rio Grande do Sul? (Talvez depois das perdas da Guerra dos Farrapos). Enquanto isso, os gremistas cantavam, incansáveis, não à toa pesquisas apontaram os fiéis escudeiros tricolores como a torcida mais fiel e mais fanática do Brasil. Calaram a Neo Química. Não haverá punição à torcida alvinegra, é certo. Marchesín mostrou sua indignação, mais uma vez, voz de todos nós: "Idiotas". Mais que isso, cruéis. Após toda a comoção, não só corinthianos, mas torcedores de outros clubes e até a direção de certos clubes dão de ombros para o que o Imortal tem passado, sem casa, vagando por aeroportos e estradas, recuperando-se de perdas e enfrentando distâncias da família, do lar, de condições igualitárias de disputa futebolística. Recusaram estádios ao Grêmio. Tentaram condicionar a arbitragem, Vasco e Corinthians - que de fato vinha prejudicando o Tricolor, não apenas Gaúcho mas Brasileiro. Que "fiasco", como dizemos no Rio Grande do Sul.

E o Craque Neto? Olhos arregalados e fúria espartana, após o jogo decisivo, perguntou em rede nacional se Renato Portaluppi estava satisfeito com a arbitragem. Isso após o Corinthians ter "metido o terror" por causa de Marcelo de Lima Henrique. Vou lhe contar uma coisa, Craque Neto. Gosto de você e de sua sinceridade. Mas perdeu a oportunidade de não falar nada sobre a arbitragem e sobre as reclamações pertinentes do Grêmio. Não me lembro de o Corinthians ter sido prejudicado por Marcelo de Lima Henrique; o Grêmio já foi algumas vezes, e por muitos outros apitos. Seu time, Craque Neto, é conhecido como "o time do apito".

O Grêmio tem de protestar. O Grêmio tem de denunciar. Queriam que ficássemos calados, após perder o Brasileirão 2023 para o Corinthians (e para nós mesmos), e ter quatro erros pontuais no empate injusto no Brasileirão em Itaquera? (Pênalti inexistente para os paulistas; amarelo não dado a Yuri quando cravou as travas da chuteira na coxa de Marchesín; gol do Grêmio na mesma linha, válido, braço não conta no VAR, anulado; e pênalti de Yuri Alberto ao tocar na bola, VAR nem foi chamado.) Então você queria que o Grêmio ficasse calado, e ainda se achou no direito de reclamar das reclamações do Imortal, Craque Neto? Acalme-se. Não jogue sua reputação de justiceiro fora.

Por fim, a má-vontade da Arena. Só consigo ver mais que ineficiência, má-vontade mesmo. O Grêmio jogará as suas decisões na Copa do Brasil e Libertadores fora de sua casa no renegado, mas aconchegante e glorioso Humaitá. Logo depois das decisões, só logo depois, volta para a Arena Multiuso UEFA, estádio mais moderno do Brasil que ficou 20 dias embaixo d'água. Poderiam antecipar ao menos para o jogo contra o Fluminense nas oitavas da Libertadores da América, fim de agosto? Poderiam, estou certa disso. Aí vêm as falas sobre transformadores, gramado (está quase que em ótimo estado), até o setor de TI. Parem. Má-vontade. Já foi difícil liberar o seguro, sempre foi difícil. Caso achem que estou exagerando, provem. Tenho direito a opinar sobre o que estou vendo.

Seguimos, que tudo sempre foi difícil para o Grêmio, o Imortal, o Maior do Sul. Tudo isso tem cansado jogadores, direção e torcedores. Mas há de haver uma recompensa. Como disse o craque Baltazar: "Deus está reservando algo melhor para mim", em 1981. Sim, fomos campeões do mundo em 1983 (aceitem, colorados, vocês nem Brasileirão CBF têm por seus critérios de patrocinador da competição, era Taça Brasil CBD) e, antes, campeões brasileiros... com gol de Baltazar.

Para terminar, que minhas colunas são muito longas, eu sei, mas trago informações e ponderações. O Grêmio precisa melhorar taticamente. A defesa se ajeitou, mas no meio ainda falta aquele velho 1o volante, que sempre cobro. Invistam nesse 1o volante, nesse Rafael Carioca, Walace, Arthur Melo, 1os volantes não costumam ser tão caros como atacantes. E a busca por um lateral-esquerdo continua. Reinaldo quase conseguiu entregar o jogo no fim. Sabemos que tem se esforçado, mas a teimosia muito já lhe cobrou excessivamente, Renato Portaluppi. Uma Libertadores em 2018 impedida por Bressan, um rebaixamento 2021 acelerado por Grando e Brenno, um Brasileirão 2023 barrado por Grando, hoje 4o reserva no Cruzeiro, logo viram que não dá e querem rescindir. Aqui, insistiram. Aguardo a dispensa do péssimo Rafael Cabral, 400 mil por mês, e, se Caíque não lhes é suficiente, tragam qualquer outro pela metade do valor.

O Grêmio é grande, o Grêmio é forte, e não pode ser refém de empresários. Nem do apito. Nem do deboche de torcidas adversárias. Nem de clubismo em órgãos públicos. Nem da inércia da direção. Vamos gritar porque temos o direito de gritar. Mas, principalmente, responderemos dentro de campo, com entrega total e sem bruxismo. O jogador se escala, declarou Renato Portaluppi. Não é o salário, não é o vestiário, não é a amizade com o treinador, não é o quanto custou aos cofres do clube. É o futebol. Não é só a vergonha na cara. É o futebol com vergonha na cara.


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