Lesionite aguda: o diagnóstico do Grêmio de Renato

Parece que estamos, em maioria, aceitando - meio a contragosto - que, se Renato Portaluppi sair agora, a coisa desanda de vez no Grêmio. Como em 2021. Não haveria ninguém à altura, teria de conhecer todo o grupo, ganhar o vestiário, receber as contratações etc. - a não ser Fernando Diniz, conhecido por sua disciplina tática que é o que falta ao Clube de Todos. Talvez não insistisse com Reinaldo e Rafael Cabral, e deixasse Alysson Edward e Mayk jogarem. Mesmo assim, Renato tem seus "trunfos": não recebeu contratações. Vi ontem que pediu um volante camisa 5 em junho, após o Imortal se assustar com os valores do bom Caíque do Juventude, que fez 3 a 0 no time de Renato. Sei, há as enchentes, o abalo emocional, datas alteradas e apertadas. Mas a doença que mais aflige o Grêmio, uma crise severa em 2024, mais que em anos pregressos, é a lesionite aguda.

Nunca se viu algo parecido. Não na série A do Brasileirão. Quase 30 lesionados até aqui. Só no último jogo, Cristaldo foi vetado por 15 dias com lesão grau I (ao menos estamos saindo dos graus II e III, ultimamente), e o zagueiro Gustavo Martins será poupado com as cada vez mais famigeradas e estranhas "dores musculares". Todo jogo tem, no mínimo, uns dois ou três com isso. São poupados. O time não se repete.

Qual jogador que joga um jogo sim, outro não, ou dois não, um sim, poderia ser titular? Kannemann? Geromel? Gustavo Martins? Esperemos Jemerson e Rodrigo Caio (cadê?), ou até Ely que vinha bem (melhor que Kannemann 2024). O Cão foi expulso injustamente, mas é uma das maiores "vítimas" das dores musculares, e, se liberado para jogar, mais reclama e é amarelado que joga. Quanto a Geromel, cumpriu sua missão, é artigo de emergência e veneração pacífica. O fato é que um time precisa ter consistência e procurar ao máximo repetir sua escalação - sem deixar de fazer testes, é claro.

Mas o fato mesmo é que o Grêmio sofre com o excesso de lesões e pouco se fala sobre isso. Não é de agora. Mas agora está bem pior. O presidente Alberto Guerra trocou o DM e a preparação física - até porque o preparador físico foi embora, não se sabe bem quem está no comando - e até os nutricionistas, mas voilá: você vê jogadores acima do peso como no Imortal? Sem fôlego? Sem correr? E se correm sentem a coxa, provavelmente o adutor, mesmo tendo 18 ou 21 anos? Até que ponto Renato Portaluppi tem culpa nisso é o que procuramos desvendar.

E imploramos a Reinaldo para que implore a Renato (ou vice-versa) que não jogue no time titular. Onde esteve, como no São Paulo, nada ganhou e comemoraram sua saída. Compraram por que o passe de Mayk, revelação do Paulistão e destaque por ser um bom defensor? E ainda cruza e faz gols! A lesão o tirou do páreo, devolveu... Reinaldo.

Enfim, desejemos melhor sorte aos contratados que aos atuais atletas do Grêmio. Até Suárez, que perdeu um joelho em Porto Alegre, embora tenha um ritmo menos acirrado de jogos atualmente, quando Suárez teve uma lesão, e séria, e teve de ser constantemente poupado em Miami? E Messi? Como outros times têm veteranos de 33 anos ou mais que quase nunca se lesionam, não estão acima do peso e conseguem correr? Na Europa, ainda mais que no Brasil.

A carnificina no Grêmio, dentro de campo e no DM, tem de ser comentada. Renato precisa conversar com o preparador físico e vice-versa, e ambos com os médicos, todos com Alberto Guerra. É o Clube de Todos. Quanto a Antônio Brum, esse poderia bem pegar seu chapéu e ir embora, seria o que um homem com brios, em sua situação, faria: a torcida não o quer mais lá, dando desculpas e tirando sarro da paciência e inteligência dos apaixonados e perspicazes gremistas.

Que tudo recomece contra o Operário-PR. Domingo, às 11h, não haverá calor porque o inverno é rigoroso no Rio Grande do Sul. Diz seu técnico que estão otimistas, e devem estar. Que seja combustível para o vestiário do Grêmio. Que o Grêmio entenda que precisa correr e marcar, não só ficar nas redes sociais, se assustando com valores, dando entrevistas vazias, livrando culpados. Que o Centenário nos devolva as vitórias. Que os transformadores não levem incríveis dois ou três meses para chegar à Arena Multiuso UEFA, o estádio mais moderno do Brasil que é quase sempre "trocado" pelo Beira-Rio, FIFA, um nível abaixo e reformado, em competições internacionais, como a Copa do Mundo Feminina em 20270. Antes, a Copa do Mundo. Mas eu falava das lesões. Até a Arena não sai do DM...

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