O Grêmio deveria se tornar SAF: a receita de vários clubes campeões


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O Grêmio deveria se tornar SAF: a receita de vários clubes campeões
"O Grêmio não tem dinheiro." "Valores assustam." Grêmio monitora, sonda, vigia, mas acaba desistindo. Ao mesmo tempo, desperdiça salários irreais em jogadores superfaturados, deixando outros mais qualificados de lado. Tem dificuldades para contratar e renovar contratos, principalmente garotos da base. É sempre uma novela. O futebol brasileiro mudou, isso é fato, e assumiu o protagonismo na América Latina. Mas, se o Imortal não acompanhar os grandes, não estará entre os campeões: ou arruma um investidor robusto, como Leila Pereira da Crefisa no Palmeiras (o Flamengo sempre tem patrocínios altíssimos), ou vira SAF.

"Vão vender o clube como empresa", alguns dizem. Essa é a tendência: SAF para o futebol. A torcida não vai deixar de ser o clube com uma SAF, de representá-lo, de participar, criticar, ser a dona da coisa toda. Por que não SAF, se os campeões mais recentes no Brasil (e na Europa, há anos) estão fazendo isso?

Com SAF, Bragantino, Bahia, Fortaleza e outros que nunca despontavam entre os primeiros colocados em competições nacionais e internacionais nos últimos anos, voltaram a crescer, se agigantaram, a torcida reapareceu ou cresceu. Clubes SAF despendem valores significativos e constantes em contratações. O Cruzeiro, que vem de péssima fase e quase caiu novamente para a B em 2023, foi revendido a outra SAF em 2024 pelo mestre em negócios Ronaldão, ídolo do clube. Tem investido dezenas de milhões de euros em atletas, inclusive na dupla ex-Grêmio Walace e Matheus Henrique (aqui, seriam muito bem-vindos!). O Botafogo, que por detalhe deixou escapar o título de 2023 do Brasileirão (que, sem erros do apito, seria do Grêmio de Suárez), voltou a aparecer como SAF. E a Raposa mineira: em 2024, após a nova SAF pós-R9, gastou cerca de R$ 188 milhões em contratações. É superada apenas pelo Botafogo, que, com a aquisição estratosférica de Almada, investiu R$ 262,8 milhões com aporte de John Textor. Até mesmo o Galo virou SAF, e, em 2023, quitaram-se R$ 300 milhões em dívidas e as contratações são sempre de alto nível. O plantel do Galo, com onze desfalques, fez frente ao Inter fora de casa e é forte.

O Grêmio parece, aos poucos, se descolar da elite do futebol brasileiro. Não tem dinheiro. As gestões têm sido ruins, verbas somem, mesmo com vendas constantes de ativos da base, recorde de sócios (é o segundo clube com mais sócios do Brasil, atrás do Palmeiras, conforme recente pesquisa) e de vendas de camisetas e itens. Dinheiro da Libra e das placas de publicidade adiantado, deveriam alcançar quase R$ 100 milhões. O Grêmio estava para receber. Mas agora não tem dinheiro, e as dívidas dispararam em 2024.

Todo dia o Imortal desiste. Nem Deyverson, 33 anos - apesar de ter realmente superestimado seus valores - é possível. O jamaicano Michail Antonio, 34 anos, do West Ham, Carlos Vinícius, o lateral Alexsandro, muito menos Gabigol (esse, um risco no vestiário e de fato muito dispendioso). Roberto Pereyra, Niclas Eliasson, brasileiro naturalizado sueco e da Seleção de seu país. Como gremistas, estamos cansados desse discurso. Grêmio desiste, valores assustam, não tem dinheiro. Eu, pessoalmente, não compreendo as ressalvas a uma SAF no Grêmio. Não qualquer SAF, é claro: uma digna da grandeza daquela que foi escolhida a torcida mais fiel e fanática do país, um clube campeão mundial, tri da Libertadores, camisa pesada, torcida não apenas regional - não mais.

O futuro do futebol é a SAF. Ou parceiros financiadores fixos. Ou o Grêmio muda, ou ficará comendo poeira. Sorte que conta com uma das melhores bases do Brasil, que teve e tem Renato Portaluppi para tirá-lo de quinze anos sem nada importante e lhe presentear com o Hepta, quem sabe o Octa do Gauchão. Mas o Imortal se desimortaliza pedindo esmolas, vitimizando-se, e, quando investe, investe errado quase todas as vezes: cerca de R$ 500 mil mensais por Ely? Nathan Pescador, R$ 400 mil? Edenílson, R$ 600 (embora ganhasse 800 no Galo, e, para mim, pode ser titular no lugar de Pepê). O goleiro Rafael Cabral, R$ 400 mil. Kannemann precisa diminuir seu salário, não rende como antes. E as aquisições de André Henrique, que só se lesiona e é aposta? E Fábio, que voltou a se lesionar e nunca deu resultado? E o alto salário de Reinaldo, um veterano que oscila?

Parece que o amadorismo é tanto, que só se contratam jogadores que os empresários oferecem no Maior do Sul. Às vezes, como nos casos de Marchesín e Vina, os próprios jogadores têm de fazer esforço para jogarem no Tricolor mais querido do Sul. E, se a gestão financeira e de futebol, repito, é ruim, se nunca tem dinheiro, se desperdiça muito dinheiro, se não tem sido eficiente, por que não uma SAF? Ou, no mínimo, uma parceria robusta com alguma empresa multimilionária.

A "mística" e a "camisa pesada" nem sempre ajudam. Ajuda mesmo é ter jogadores qualificados, e quase todos eles precisam ser contratados por altos valores, como Cristaldo. Como Suárez. Nem todos vão dar certo, mas fica mais difícil errar. Não há volantes marcadores no Grêmio, por exemplo, sem Villasanti e Dodi. Não há opções nas laterais, principalmente na esquerda. Não há grupo suficiente. E o DM? Toda semana uma lesão. Que nunca cura. Vamos repensar? Um clube de futebol sempre será essencialmente sua torcida, e quem o administra jamais interferirá nesse fato. Uma SAF não vai "roubar o Grêmio" de sua torcida e torná-lo impessoal. É hora de repensar tudo, tudo, tudo no Clube de Todos. E se modernizar.

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