Exclamações do editor: Basta não fazer o errado, sem inventar


Fonte: Lancenet!

O grande historiador francês Fernand Braudel escreveu: "Não é preciso inventar a revolução, pois os modelos estão todos aí". Pois bem, o Brasileirão poderia ser tão melhorado, sem revolucionar nada, simplesmente fazendo o chamado arroz com feijão.

Observem a sequência de atentados contra o próprio interesse: começamos o nosso maior campeonato sem termos feito promoção adequada. E a mídia ainda tratava das finais dos estaduais, como já exclamamos aqui. Nas primeiras rodadas, coincidindo com partidas decisivas da Liberta, o BR-15 perde em impacto. Quase todos os clubes estão negociando para renovar contratos de jogadores importantes ou ainda buscando compor seus elencos, com a disputa em andamento.

Em breve, desfalcarão os times alguns de seus melhores atletas, que irão disputar a Copa América. Isto tornará o BR-15 uma atração de segunda linha enquanto as equipes nacionais estiverem em campo. Sem falar na janela de contratações da Europa, com o agravante do enfraquecimento da nossa moeda, quando serão vendidos mais alguns de nossos melhores jovens. Isto vai alterar as escalações dos times e impactar no desempenho relativo dos clubes no pós-janela. Enfim, embora não seja somente este o problema, com esta falta de planejamento e este calendário seguiremos sofrendo pelas nossas próprias invencionices!

SEGURANÇA... SP


Em mais uma semana na qual nosso cotidiano parece ocupado pelo medo da violência, vem de São Paulo uma novidade auspiciosa para atacar o mal maior que impede as famílias de frequentarem os estádios brasileiros.

É na principal e mais rica cidade do país que há bairros onde a intolerância chegou a tal ponto que é temerário trajar uma camisa do clube "errado". Foram anunciadas diversas medidas na semana passada, tais como a criação de um núcleo que coordenará os esforços de Ministério Público, Judiciário, Polícias Militar e Civil no combate aos marginais do fut. Também se pretende usar tornozeleiras eletrônicas, para garantir que os condenados estarão longe dos estádios em dias de jogos de seus times.

Tomara que seja o início de uma nova era e que, dando certo, seja copiado em outros estados. Em todas as edições das pesquisas Lance!/Ibope, realizadas há cada três anos desde 1998, os entrevistados afirmam que a maior razão para não irem regularmente a estádios não são os preços das entradas nem tampouco outras mazelas do nosso fut, também apontadas, mas sim a insegurança.

Então, deveria ser tema do maior interesse e da atuação dos clubes e da CBF. Mas perguntem o que já se viu de ação a partir destes maiores interessados e a resposta é: nada. Ao contrário, na maior parte dos clubes os dirigentes são coniventes facilitando o acesso dos "elementos" aos estádios!

ÓBVIO
Já no Rio, onde também ocorrem mortes e há insegurança, mas torcedores e simpatizantes de clubes ainda desfilam suas preferências no cotidiano sem tanto receio, o tenente-coronel que comanda o GEPE (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios), João Fiorentini, sentencia com clareza em entrevista de sábado em O Globo: "A solução é prender um a um". Nem sequer deveria ser necessário esta afirmativa, mas após anos tentando combater a violência no futebol com tentativas de banimentos de torcidas organizadas, surge uma voz lúcida.

Em todas as partes onde já se obteve sucesso ou em países onde as famílias podem ir em paz aos estádios é porque há uma polícia que investiga, processa e tira de circulação os bandidos, e atua de forma preventiva para evitar os embates e suas consequências. Já em países como a Argentina e a Turquia, por exemplo, os palcos foram tomados pelos arruaceiros que intimidam os pacíficos, sem que o Estado tenha vontade de atuar e tenha se rendido para as partidas de uma torcida só.

Há tecnologia para se descobrir quem são, onde se encontram e os locais das brigas. Basta "prender um a um" e os valentões que sobrarem vão se enquadrar. Como foi feito na Inglaterra, país onde se concentrou o terror no futebol durante muitos anos. Simples assim!

DIVERTIDO
Eu me divirto com o Luxa. Na sua última entrevista, após o empate em casa com o Sport, o profexô reclama que falta ritmo pois o time "só tem jogado aos domingos". Quantas vezes ouvimos o mesmo treinador reclamar de falta de tempo para treinar? VL também disse que se o time tivesse vencido o Sport, não estaria sendo cobrado. Claro. Assim como se o Brasil tivesse vencido a Alemanha e não tomado a goleada, o Felipão estaria por cima da carne seca, mais arrogante ainda e não sendo excluído do Grêmio já na segunda rodada do BR-15.

No esporte, a história é escrita pelos resultados, e tanto o Grêmio quanto o Fla não estão jogando o que se espera. Luxemburgo admitiu que errou em atitudes durante o Estadual (bom, mas não diz quais...), no qual o Mengo nem foi às finais, mas que tem fé que o time ainda vai brigar pelas vagas da Liberta e até o título neste ano. O que ouço sobre o talentoso treinador é que ele poderia produzir um time muito mais competitivo se o foco fosse 100% na atividade de treinar o time!

ÍDOLO DE VERDADE


FOTO: Miguel Schincariol/LANCE!Press

Ceni não só teve uma carreira de goleiro como poucos, mas a conduziu de forma a se tornar um dos maiores ídolos da história de um clube brasileiro. Especialmente nas últimas décadas, não houve um jogador com tamanha identificação com um clube e seus torcedores. O São Paulo deveria organizar um jogo especial para a despedida do goleiro com mais gols na história do futebol mundial e não uma homenagem num jogo valendo pontos!

JOGADORES ÍDOLOS
Aproveitando a despedida de RC, escrevam para exclamacoes@lancenet.com.br indicando que jogador teve na sua opinião a relação mais forte de ídolo com a torcida na história do seu clube ou do futbr. A lista sairá nas próximas semanas!

LINDA FESTA

FOTO: Patrik Stollarz

No futebol campeão do mundo, a última rodada da Bundesliga foi de festa. O campeão, Bayern, aproveitou o último jogo em casa e celebrou o título em grande estilo, com vitória e homenagem a antigos ídolos. O rival Borussia teve péssimo início de temporada, se recuperou a partir do meio do campeonato e ficou com a última vaga na Liga Europa.
Seu mítico treinador Jürgen Klopp foi ovacionado, cantado e homenageado pela fanática torcida amarela. Emocionante. Tudo isto é a prova de que pode aliar paixão e civilidade, desde que a organização favoreça esta química. Estádios lotados no último jogo, apesar do campeão ter sido definido há quatro rodadas, e audiências entusiasmadas reforçando o ciclo virtuoso no qual a Alemanha vem dando aulas para o resto do mundo!


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27/12/2024