Coluna do Cacalo: foi um dia triste

Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS

Fico imaginando como foi feita a avaliação sobre o atual departamento de futebol do Grêmio, que redundou na saída de Luiz Felipe. Não vou arrolar as virtudes de Felipão porque é desnecessário. No entanto, também preciso fazer uma análise crítica, com racionalidade, procurando deixar de lado o meu coração e a minha paixão tricolor.

Particularmente, não gosto quando a solução é responsabilizar somente uma pessoa. Como se a saída de Felipão resolvesse todos os problemas. Reconheço que o clube vive um mau momento técnico. Felipão, e falo como comentarista e não como amigo, tem seus defeitos, como todo ser humano, mas a única certeza que tenho, é a de que deu seu suor, seu sangue em muitas oportunidades pelo Grêmio e vinha fazendo o que de melhor poderia fazer.

Grêmio desmancha seus ídolos

Não me aprofundo porque desconheço os fatos internos, os métodos adotados pelo departamento de futebol e pelo presidente para cobrar e dialogar com o técnico. Preocupa-me, no entanto, o rumo imediato do time, uma vez que estamos tomados por uma tristeza sem fim. Se a saída foi em razão de desconforto com o grupo, a rigor, o grupo não vai mais ser derrotado. Está solucionado o problema. Se não foi isso, quem será capaz de avaliar e buscar as soluções cabíveis.

Não se trata somente da substituição de um técnico, o Grêmio perde um profissional diferenciado, que teve a honra e a dignidade de pedir demissão para não causar ônus ao clube. Percebi que Felipão carrega uma mágoa profunda pela forma como tudo ocorreu, inclusive dizendo que o Grêmio é diferente do que o de 10 anos atrás. A mim, criado no Grêmio, me entristece muito, ter que assistir um clube dessa grandeza, pouco a pouco, desmanchando seus ídolos, algo que cultivamos por mais de um século e que era nossa marca registrada desde Eurico Lara. Foi um dia triste.

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