1Win

Saída de Felipão leva Grêmio a mudar perfil, e técnico não terá 'superpoder'

Favorito Cristóvão Borges atende a requisitos com estilo mais 'zen' e desvinculado de idolatria do passado; próximo treinador não participará ativamente de contratações


Fonte: GloboEsporte

Saída de Felipão leva Grêmio a mudar perfil, e técnico não terá superpoder
Rui Costa e Romildo Bolzan buscam novo técnico
(Foto: Lucas Uebel / Grêmio FBPA)


O Grêmio caiu na real. Após tentar reviver os tempos áureos com Renato Gaúcho e Felipão, a direção instaura uma nova ordem para a chegada do próximo treinador, o que pode ocorrer ainda nesta quarta-feira, com Cristóvão Borges despontando como favorito. Há um perfil traçado para a substituição de Scolari. Na realidade, a saída do ídolo propicia Romildo Bolzan a mudar de vez. A ideia é evitar conferir "superpoderes" ao comandante do vestiário.

Embora o presidente não admita de forma explícita, um dos diagnósticos da queda de rendimento da equipe e do próprio Felipão foi a forma com que o treinador lidava no vestiário. Admitiu, no máximo, um "desgaste emocional", sem entrar em detalhes. Scolari atuava quase como um "manager", o que o deixou mais exposto e suscetível ao mencionado desgaste. Pedia aumento a jogadores, aconselhava mudanças até no corte de cabelo e não hesitava em vir a público pedir reforços ou dizer que o elenco atual perderia para sete ou oito grupos de outros clubes do país.

Por falar em reforços, Felipão participava ativamente das negociações. Ligava para atletas, tentando apresentar o projeto do clube e convencê-los da transação. Um dos exemplos é Douglas, primeiro contratado para 2015, como homem de confiança de Scolari. O mesmo valia para a rota contrária, dos rejeitados. O Grêmio não aproveitou Kleber pela desavença entre ambos nos tempos de Palmeiras. O grupo não concordava e gostaria de ter não só Gladiador como o volante Edinho no dia a dia do plantel.

Direção entende que grupo deveria render mais

O presidente Romildo Bolzan Júnior se preocupou muito em separar o ídolo do profissional. Tentou ao máximo não "queimar" a figura histórica de Felipão nas manifestações de segunda-feira. Mas foi impossível esconder algumas decepções, todas compartilhadas por mais membros vinculados à direção.

Primeiramente, impera a ideia de que o elenco não é tão ávido por reforços como Felipão costumava dizer. Mesmo que não seja um grupo apto a vencer o Brasileirão, por exemplo, não teria também como correr riscos de rebaixamento, entende o clube.

Para a direção, Scolari também não conseguiu colocar em prática a sua antiga capacidade de revelar talentos. Nomes como o lateral-direito Raul e o meia Lincoln deverão ser mais aproveitados. Assim, será imposta ao novo treinador a intensificação de chances reais aos valores da base. Ele também não participará ativamente das próximas contratações, que englobará de dois a quatro atletas, prioritariamente um lateral-direito e um centroavante.

Cristóvão, o "zen", para acalmar os ânimos

Dessas conclusões, surge o perfil ideal do treinador. Há o entendimento que é preciso uma figura menos enérgica e mais aberta ao diálogo. Por isso, ganha cada vez mais força o nome de Cristóvão Borges, ex-jogador inclusive de Felipão nos anos 1980 no Grêmio. É definido como um profissional "zen". O lado mais contundente ficaria para o novo vice-presidente de futebol, cargo vago desde o afastamento de Fábio Koff por motivos pessoais.

Há outros dois pontos a favor de Cristóvão. Tende a se enquadrar mais facilmente no teto salarial do clube, o que seria difícil com Mano Menezes e Celso Roth, por exemplo. Argel Fucks, do Figueirense, foi procurado, mas tem multa elevada para rescindir com o Figueirense. Outro elemento que ajuda Borges é o fato de ser considerado um sopro de novidade, longe do pensamento mágico de ídolos do passado - iniciou a carreira em 2011.

- Eu quero te dizer que o Luiz Felipe não saiu arranhado do Grêmio. Pelo contrário. Sempre vai ter o reconhecimento e o respeito do Grêmio. Mas agora começa uma nova história, que seja um ciclo do Grêmio, um ciclo coletivo - indicou Romildo, à Rádio Gaúcha.

Sem voz em reforços e equipe enxuta

Outro exemplo prático da nova realidade é a busca por enxugar a equipe do treinador. Ao ser contratado em julho passado, Felipão levou à Arena dois auxiliares, Flávio Murtosa e Ivo Wortmann. Neste ano, Darlan Schneider assumiu a preparação física, a pedido do técnico. A intenção agora é tentar restringir a um auxiliar pessoal do novo contratado.

Além disso, Romildo pretende implantar de vez uma comissão técnica permanente, definindo um auxiliar que faça a ponte entre o profissional e a base e que consiga construir uma identificação com os valores do clube. O presidente também não abre mão da continuidade de Rogério Godoy na preparação de goleiros.

Sendo Cristóvão ou outro nome, o novo técnico do Grêmio dificilmente fará sua estreia no sábado, na Arena, diante do Figueirense, pela terceira rodada do Brasileirão. O técnico da base Jaime Freitas será o responsável por tentar a primeira vitória tricolor no Nacional.


Cristóvão em seus tempos de Fluminense (Foto: Uanderson Fernandes/O Dia/Agência Estado)

VEJA TAMBÉM
- Renato mudar time do Grêmio contra o Criciúma
- Dodi valoriza empate do Grêmio e prevê jogo de volta com apoio da torcida
- Tricolor escalado para o jogo contra o Operário-PR





Comentários



Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui.

Leia também

2/5/2024












1/5/2024